segunda-feira, 7 de julho de 2008

NESTAS NOITES DE VERÃO, COM UMA CERVEJA E CARACÓIS VAMOS CANTAR ALENTEJANO



Verão

Da brasa doirada e celeste
Desvaindo o sol agreste
Doirando mais as espigas
Ceifeiros dos corpos curvados
Ceifando e atando em molhos
A bênção loira da vida

Meu Alentejo
Enquanto isto se processa
O sol ferindo e sem pressa
Queima mais a tez bronzeada
O suor rasga as camisas
Homem queimado mais fica
E a vida é feita de brasa

O calor caustica os corpos
Os ceifeiros vão ceifando
Sem parar o seu labor
O seu canto ora é dolente
É certo que é boa gente
Tem verdade e tem mais cor

Meu Alentejo
Enquanto isto se processa
O sol ferindo e sem pressa
Queima mais a tez bronzeada
O suor rasga as camisas
Homem queimado mais fica
E a vida é feita de brasa
[bis]

Nós Somos do Alentejo

Alentejo não tem sombra
senão a que vem do céu
senta-te aqui ao meu lado
à sombra do meu chapéu

Nós somos do Alentejo
somos da terra do pão
cantando vamos dizendo
é celeiro da nação

É celeiro da nação
é isso que eu mais invejo
somos da terra do pão
nós somos do Alentejo

Nunca faltam afilhados
ao homem que vive bem
vejam lá o desgraçado
quantos afilhados tem

Nós somos do Alentejo
somos da terra do pão
cantando vamos dizendo
é celeiro da nação

É celeiro da nação
é isso que eu mais invejo
somos da terra do pão
nós somos do Alentejo

Canta Alentejano, Canta

Canta alentejano, canta
O teu canto é oração
Tens a alma na garganta
Solidão ai não, ai não

Solidão ai não, ai não
Quem canta seu mal espanta
O teu canto é oração
Canta alentejano, canta

Eu gosto muito de ouvir
Cantar a quem aprendeu
Houvera quem me ensinara
Quem aprendia era eu


O Almocreve

Lembra-me o tempo passado
tudo se vai acabando
o boi puxando o arado
o almocreve cantando

O almocreve cantando
semeando o verde prado
quando vejo alguém lavrando
lembra-me o tempo passado

A vida do almocreve
é uma vida arriscada
ao descer de uma ladeira
ao cerrar de uma carrada

Lembra-me o tempo passado
tudo se vai acabando
o boi puxando o arado
o almocreve cantando

O almocreve cantando
semeando o verde prado
quando vejo alguém lavrando
lembra-me o tempo passado.

Camponês Alentejano

Maldita sociedade
Estás tão mal organizada
Quem não trabalha tem tudo
Quem trabalha não tem nada

Camponês Alentejano
Camponês Agricultor
Tu trabalhas todo o ano
Dás produto ao lavrador

Dás produto ao lavrador
Tua vida é um engano
É tão triste o teu valor
Camponês Alentejano

Todo o homem que trabalha
Não deve nada a ninguém
Aquele que nada faz
Deve tudo quanto tem

Camponês Alentejano
Camponês Agricultor
Tu trabalhas todo o ano
Dás produto ao lavrador

Dás produto ao lavrador
Tua vida é um engano
É tão triste o teu valor
Camponês Alentejano

Vamos Nós Saindo

Se eu quisesse amores
tinha mais de um cento
bonecos de palha
cabeças de vento

Vamos nós saindo
por esses campos fora
a manhã vem vindo
dos lados da aurora

Dos lados da aurora
a manhã vem vindo
por esses campos fora
vamos nós saindo

Quando eu não tinha
desejava ter
uma hora no dia
meu bem p'ra te ver

Vamos nós saindo
por esses campos fora
a manhã vem vindo
dos lados da aurora

Dos lados da aurora
a manhã vem vindo
por esses campos fora
vamos nós saindo

Colaboração:lugar-ao-sul@grupos.com.br

3 comentários:

Anónimo disse...

lindo... faz-me lembrar tempos passados.

Anónimo disse...

Tempos passados, para nós presentes,
importante é dá-los a conhecer, aos
nossos descendentes.
Parabens ao Grupo e aos Bloguistas
que os vão passando.

Anónimo disse...

ao sul o céu é mais azul, a luz mais brilhante o sol mais quente, e eu tenho tantas saudades do meu Alentejo de que vivo ausente.