segunda-feira, 14 de julho de 2008

AO CORRER DO TECLADO (POR AL-KALATY)

Quando o mando, não cobre as realidades, nem as necessidades.

Quando os aparatos das tecnologias direccionam o seu interesse e dinamização na direcção de resposta a problemas enviesados ou mal apreendidos, isto é – sem falar de cor nem gracejando, para além de não satisfazerem seja quem for, colocam na corda bamba muitos daqueles que pretendem limpar-se e ficar bem vistos.
Para não reportar acontecimentos com vários meses, tendo a possibilidade de alguns deles serem eclipsados e gerarem controvérsia, sabendo que na nossa praça existem muitas lábias e rigorosos esquecidos, obviando assim tais peneiras e enxaquecas, o caso recente do imposto ou não imposto dos pó pós eléctricos movidos sem poluição e dos 30% a pagar – se fosse o caso ou a sua nulidade perante as leis existentes, veremos o que acontecerá a partir das borlas legislativas.
Tanta modernidade de ideias, sufocados e invadidos por perspectivas quotidianamente, na família, na cultura individual, no trabalho, na saúde, na economia ou na relação entre seres e natureza, nos nossos dias de uma forma linear, resultando da ponderação séria de tudo virar de pernas para o ar, tenho a certeza misturada com as dúvidas, tenho que no fim outras vozes se levantarão e o limite máximo, seria o mediocremente lastimado que a ênfase não acontecesse.
Muitos de nós, os mais velhos nascemos num mundo hostil. Muitas dificuldades e de variadas ordens, estando neste momento a recordar-me dos meus 17 anos, trabalhando no comércio, tive a lata de pretender iniciar o estudo de mecânica, desenho ou electricidade, trabalhos onde o manusear e a observação têm muito espaço, ao tentar matricular-me em escola industrial foi-me recusada, por prestar serviços no sector comercial, explicando-me que os meus estudos obrigatoriamente, seriam em escola comercial.
Ao tempo, estaríamos quase todos menos equipados, menos instruídos, menos vividos e cultos, mas mais determinados na busca de uma vida melhor, mais responsáveis no papel que nos cabia desempenhar no futuro, mais solidários com aqueles sempre correctos mas, necessitados ou desfalecidos e sós, onde por vezes os animais chegavam a ser os melhores amigos, não muito diferente de hoje mas, por outras razões.
As técnicas evoluíram e os elementos diferenciadores no mundo dos homens também fomentaram o aparecimento e o desenvolvimento de capacidades inovadoras num mundo diferente e por vezes soberbo, condicionando as mentalidades e formas de agir numa aurora de paralelismos e condicionantes de um homem que, nem sempre sabe ouvir nem ver, em seu redor.

Transmitir de geração em geração a evolução dos conhecimentos, seria atitude louvável em certa medida, mas, parece que assim não é desejável em determinados círculos. O que está para trás estará… deixá-lo estar e ficar se possível… visto que o factor técnico das inovações de hoje farão a promoção do mundo e da vida do amanhã, em separação da linha de transmissão geracional, por quebra do acumulativo histórico da humanidade.
Tantos imperialismos e técnicas de hoje, para além de expressões muito diversas, invadem e enquadram muitos sectores deste nosso habitat que, influenciam e determinam acções embaraçosas de enredos e omissões, na vida dos indivíduos mais carentes e desprotegidos, transformando o querer e perspectivas do próprio homem, seja no que diz respeito á vida profissional ou cultural, onde a própria sociedade estará a receber influencias negativistas, tornando o osso por vezes, difícil de roer.
A simbiose entre o homem e a sociedade poderá ser profética, se compreendida, visto que o homem novo se formará a partir das técnicas e descobertas, ligadas intimamente, sem que o cérebro possa ser fragmentado ou substituído nem reparado, pois as profecias por aí badaladas e as ofertas dos computadores, não resolvem tudo… falta encarrilar no caminho propício e fundamental, em cada estádio organizacional e condicional da vida humana.

Quando estes Senhores já cá não estiverem e, os meninos que ouviram mil e uma coisa…, podem fazer finca-pé e fazer a exigência da igualdade de oportunidades e porque não…, em vez de quererem ter um computador… poderão optar por serem eles próprios o computador e receber o dinheiro…, marimbando-se a desligando-se completamente da velha cultura, remanescente do século XX.

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