quinta-feira, 29 de maio de 2008

RECORDAÇÕES DA INFÂNCIA

AFINAL EU PRATIQUEI DESPORTOS RADICAIS

Há dias enquanto tomava o cafezinho do almoço no “Samuel” fui surpreendido por uma reportagem (não sei em que canal, tão pouco em que programa) na qual eram mostradas imagens de pessoas que se rebolavam por uma ladeira, procurando chegar primeiro a um prémio que lançado antes rolava pela ladeira: UM QUEIJO.
Dizia o comentador que talvez fosse o princípio da divulgação dos desportos radicais.
Talvez…
No entanto logo me acudiram à memória factos que talvez a alguns da minha geração digam algo, e que para os mais novos, e quem sabe para as memórias futuras sirvam para algo.
Existia no Alandroal um “buraco” de dimensão considerável a que era dado o nome de “COVA DOS GINETES” para os mais evoluídos… “COVA DOS NÊTES” para aqueles que tinham dificuldade na língua portuguesa, ou, o que para mim me soa melhor, verdadeiros alentejanos. Contavam os mais velhos que dali saíram as pedras para a construção do nosso imponente Castelo (para memória futura).
Tal “buraco” já não existe, mandado “entulhar” (não sei se bem ou mal) pelo actual Presidente da Câmara.
Também na altura as nossas “PALMEIRAS DA PRAÇA” eram desbastadas, mais ou menos por esta altura.
Era ver qual de nós apanhava a melhor ramada, ou cacho de maçanicas, para com ele fazer um escorrega para numa descida louca e desenfreada, por uma vereda estreitinha chegar ao fundo da “Cova dos Nêtes”.
Quantas “sovas” não apanhei, não pelas “esfoladelas nas nalgas”, mas pelas calças rotas, com que após a escola a “viagem” ao fundo da cova era já um hábito.
Se isto não era um desporto radical…?

Xico Manel

( p.s. escrito a pensar nos “amigos de infância” , que também lá deixaram os "fundilhos" das calças: os Fátimas, o Luís,, o Tói , o Balanças, o António Vicente, o Chamoia, o Manuel Augusto, o Subtil, o Quinze, o Coelhinho, o João Pedro ... e tantos, tantos de quem me lembro amiúde, mas já não estão entre nós).

6 comentários:

Anónimo disse...

Naquele tempo dizia-se (provou-se) que aquilo dava acesso a uma gruta com um rio subterrâneo. A gruta chegava até Estremoz. Houve pessoas que andaram lá de barco. Alguém pode informar sobre a evolução dessas pesquisas? Subtil

Anónimo disse...

Lembro-me, como se fosse hoje, de ouvir o Padre Afonso, que deu aulas de Português no colégio, dizer, que traduzira uma inscrição
em latin, escrita numa rocha da cova Ginete, assinalava a passagem de um rio subterrâneo.
Passado algum tempo, estando dentro
do carro, um citroen de dois cavalos, do pai do doutor Correia, que me dera boleia para Terena, o então Presidente da Câmara, Alexandre Manuel Fernandes, disse
para aquele, que tinha um projecto
que lavaria água até Montes Juntos.
Helder

Anónimo disse...

Não sei como está agora mas a entrada para o rio subterrâneo fazia-se por um poço que havia perto da cova. Esse poço foi coberto com uma casa de onde saía uma escala muito funda para a água. Em frente à casa puseram um bloco de pedra com cerca de 2 metros, com inscrições latinas que ali fora encontrado. Não sei se ainda lá estará. Isto era numa estrada que saía para o norte da vila, ao lado direito quando se saía.A estrada ia dar a um largo com ermida onde faziam uma festa/feira (S.Pedro?). Subtil

francisco tátá disse...

Esse poço amigo Subtil era o Poço da Morte. Foi na nossa juventude que foi construída a tal casa, que o cobre completamente e que alberga a maquinaria que retira a água do referido poço e que abastece o Alandroal e parte do Concelho. Ainda me lembro das obras que foram feitas e de ouvir relatos de pessoas valentes que se aventuraram a descer por umas escadas para chegar até à água, pois não só as escarpas das rochas como o barulho da água a borbulhar era algo de medonho. Contava-se na altura que os operários andavam de barco no fundo do poço.
A inscrição a que o Helder faz referência , e tu também é uma rocha alta que se encontrava perto do poço. Creio que ainda lá está.
Já agora também nas Caraças havia uma nascente onde a água abundava e sei, porque o meu pai amiúde se refere a isto que ele se aventurou a nadar ao longo de alguns metros naquelas águas. Não chegou a saber onde o braço de água terminava, se é que terminava, pois o mêdo e a falta de forças não lhe permitiram chegar ao fim.
Também na altura foi aberto um outro poço, este perto da estrada que vai para Vila Viçosa e que se garantia ser a continuação do braço de rio que passava por baixo do Alandroal.
O largo a que te referes é São Bento, e já aqui foi por várias vezes mencionado e com várias fotografias. A feira era a famosa Feira de São Bento (também chamada dos calmeiros) e que só recentemente se deixou de efectuar. Tinha lugar na terça-feira a seguir á Pascoa e era um aperitivo para os Prazeres.
Um abraço amigos.
Chico Manuel

Anónimo disse...

Claro que já era um desporto radical. E quanto às sovadelas que apanhastes, foram todas muito bem dadas...
Só que até mesmo aqui nunca estivestes sózinho.Fomos sempre solidários contigo.A nossa vez chegava e bastava-nos sempre.

E, Se bem te lembras, a hora mais perigosa para os putos que eramos,andava sempre por volta da hora do jantar...muito perigosa e muito perigoso.

Lembra-me que era a hora mais temida, regulada pelas Trindades, que serviam para acabar com o dia mais feliz que acabávamos de viver.


Podes explicar daí, qual era a duração média das sovas que apanhavas? E da respectiva choradeira? E ainda te lembras, qual era a rua onde havia mais tantanrantan...

António Neves Berbém

Anónimo disse...

Este Senhor Xico conjuntamente com todos estes amigos são grandes prendas, fala-se fala-se mas, só dos meninos... e as meninas nada se diz, pelo menos algumas poderiam estar incluidas nesse rol perfeitamente pois demontravam ser vossas amigas... se eram? certamente sê-lo hão para sempre .

Porque não querem esquecimentos vai daqui aquele abraço e mais respeitinho pelas girls de sempre que com merecimento connvosco cresceram.