segunda-feira, 26 de maio de 2008

DUQUES E...CENAS - (POR JOÃO LUÍS NABO)

TGV E OUTRAS PALHAÇADAS



Deixámos de ter políticos à altura. Perderam o carisma e dizem aquilo que não sentem, perante um país que já se ri por causa de tanta barbaridade. Temos linhas orientadoras de Bruxelas muito rígidas e isso vai servindo de desculpa para lançarem o país numa viagem sem retorno. Não há dinheiro para nada, excepto para os aeroportos, para as pontes e para os TGVs que nos vão custar dias de agonia, apresentados que foram como medidas urgentes e imprescindíveis, fazendo lembrar a febre da construção dos estádios de futebol, há uns anos, por causa de um certo campeonato europeu. Querem fazer um Portugal moderno para que fique bem nas fotografias de família na Europa dos 27 (ena, tantos!). Lá teremos de pedir que façam uma fotografia tamanho gigante para tapar as misérias que vamos colmatando com peditórios sazonais para quem precisa e para esconder o descontentamento de quem desfila pelas avenidas com reclamações mas que, graças à surdez cómoda de quem nos governa, não encontra nem respeito nem resposta. Pensando bem, o que são meia-dúzia de indivíduos sem tecto, a morrerem ao abandono nas noites de Lisboa, se temos um país “moderno e atento aos desafios”? Que peso tem o facto de um milhão de idosos em Portugal viver com o rendimento mínimo garantido, se os milhões que se vão gastar com o TGV vão ser bem aplicados e com sentido de oportunidade?
Deixámos de ter políticos à altura. Eu sei que os Mários Soares, os Álvaros Cunhais e os Sá Carneiros também tiveram falhas e cometeram erros, mas galvanizavam multidões, tinham classe, apresentavam numa oratória invejável as suas ideias e os seus projectos, falavam ao povo sem perder o sentido de Estado. Os portugueses acreditavam neles… para o bem e para o mal. Agora recusamo-nos a ouvir o que os de hoje têm para dizer porque sabemos que nem eles acreditam naquilo que papagueiam.
Já não há políticos à altura. Eu reformulo: Agora já não há políticos. Há profissionais da política a usarem os cargos como trampolim para tachos grandes, gordurosos e vitalícios. Sabem porquê? Porque quem quer não sabe e quem sabe não quer. É como o que se vai passando em alguns partidos da oposição e que nunca mais serão alternativa ao poder vigente. E, se calhar, ainda bem.
E não estou a falar do PSD.

Veja : http://maradodasideias.blogspot.com/

7 comentários:

Anónimo disse...

Concordo. Agora que o PSD acabou não val a pena falar dele.

Anónimo disse...

Ainda valerá a pena irmos votar?
Penso que não.
Este sistema está gasto, vai cair de podre tal como o que o antecedeu.

Anónimo disse...

vale a pena desde que se vote em branco, unico modo de penalizar o sistema, sobretudo a opressão dos partidos.

trevor disse...

Pois.
A política está gasta, graças a políticos que por aí andam.
No tempo da outra SENHORA as coisas funcionavam razoavelmente bem, agora, mudando os tempos e as vontades, nem por isso.
Talvez, quiçá o anónimo (1º) tenha soluções como Sarkozy!
Poetas...

Anónimo disse...

Pois é.
Os políticos principalmente ao nível governamental só já estão a governar para eles e os amigos.
Temos belos exemplos de políticos que se tornaram multimilionários mas que ainda choram lágrimas de crocodilo pelos pobres.
Bom, também falam que os votos podem ir ter ao BE e ao PCP...
Viva a democracia do Mário Soares.
Que desilusão.

Anónimo disse...

O Santana já se está a por no abrigo ao propor um acordo de governação com o PS. Eu acho que o PS devia permitir a inscrição de militantes do PSD, com dispensa de pagamento de jóia, para não aumentar o desemprego.
p.s. O Trevor quando fala na outra SENHORA está a referir-se à Manela Ferreira Leite?
Escaravelho.

trevor disse...

Quando se pensar que a outra SENHORA é essa de que fala... Não está minimamente dentro da política.
Mas foi um bom palpite.
Tente outra vez.