quarta-feira, 28 de maio de 2008
CRÓNICA DE OPINIÃO DA RÁDIO DIANA/FM
Crónica de Hélder Rebocho
21-mai-2008
Há alguns meses atrás tive oportunidade de aqui expressar a minha opinião relativamente à elevada taxa de desemprego verificada no nosso Concelho e à importância que projectos como o da instalação em Évora da fábrica de aviões Skylander, podem ter no desenvolvimento e na criação de emprego, atendendo à expectativa de criação de mil postos de trabalho directos e dois mil indirectos e ainda à possibilidade de trazer para o concelho de Évora outras unidades fabris ligadas à construção de componentes para a aeronave. Desde então não mudei de opinião, continuo a considerar este investimento de primordial importância para Évora.
Mas sendo tão importante, não se compreende porque tarda tanto a sua concretização Com constantes avanços que geram expectativas e recuos que causam apreensão, a verdade é que passados cinco anos nada de concreto se vislumbra no terreno que indicie o arranque das obras de construção da fábrica, parecendo que a concretização do projecto teima em não descolar da fase de negociações entre promotores, financiadores, autarquia e governo. Este impasse tem instalado a dúvida na opinião pública, fazendo engrossar o número de cépticos em relação à concretização do projecto. Recentemente um debutante jornal local – que é muito bem-vindo, dada a carência de comunicação social escrita, isenta e independente, que não ceda ao tendencialismo partidário – deu conta das ameaças que pairam sobre a concretização do projecto Skylander, sobretudo relacionadas com o seu financiamento. Como é evidente, ninguém poderia esperar que a concretização de um projecto desta natureza fosse simples, pois falamos de um investimento que de muitos milhões de euros, que exige uma complexa operação de engenharia financeira e o empenho e capacidade de todos os envolvidos, autarquia e governo incluídos. Se alguém pensava de outra forma enganou-se, como está bom de ver, porque em situações desta natureza não basta a vontade é necessário muito mais do que isso, porque Évora não está nem nunca esteve sozinha na luta pela instalação da fábrica. O impacto que esta estrutura empresarial pode ter no desenvolvimento do concelho justificava mais informação objectiva, que não estivesse confinada, apenas, às notícias da imprensa. Perante tanta informação contraditória que nos vai dando conta dos avanços, recuos e estagnação do projecto seriam de esperar esclarecimentos públicos, que de uma vez por todas dissipassem as dúvidas da população, que tem o direito de saber se o projecto está mais perto de aterrar em Évora ou de voar para outras bandas. Afinal, ao fim de tantos anos a falar da Skylander não sabemos, ainda, se a vinda deste projecto para Évora é uma promessa adiada, como tantas outras, ou uma realidade que tarda em se concretizar. Esperemos que a montanha não venha a parir um rato e que do projecto skylander não nos venha a calhar a fatia menor, porque uma coisa é construir aviões ou parte deles e outra bem diferente é construir porcas e parafusos para montar a fuselagem.
Hélder Rebocho
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