http://www.dianafm.com/
A Convenção
12-Feb-2008
Numa democracia a função dos governos eleitos é a de governar e das oposições é a de se oporem e apresentarem-se como alternativa. Ora um governo determinado e um programa que aplica de forma resoluta, suportado por uma maioria absoluta, são um problema para qualquer oposição.
Nestas circunstâncias é compreensível que qualquer crítica à governação pareça ser mais eficaz se vinda de alguma voz dissonante dentro do Partido Socialista do que as múltiplas declarações proferidas pelo maior partido da oposição. E quanto mais romântica ela for mais picante se torna o fait-divers. Pode-se antipatizar com muitas das medidas que são tomadas, sobretudo as que nos afectam directamente, mas o facto é que não se vislumbram alternativas, pelo menos a que se possa dar crédito. O que temos são oposições de circunstância, às vezes dizendo mesmo que se está contra porque não se gosta do que se vê, sem que pareça haver capacidade de se dizer como deveria ser feito. Não é sério chamar-se a esta governação de autoritária e pouco dialogante e sempre que se decide a favor de uma posição que não a inicial acusá-la de pressionável e sem rumo. Não se pode querer ter posições de razoabilidade e credibilidade política e depois embarcar no mais primário populismo, como o que vimos na questão da reestruturação do Serviço Nacional de Saúde e nas deixas infelizes da liderança do PSD. Não é difícil transpor esta realidade para a vida política eborense. Mudam apenas as cores da oposição e a circunstância de ser governar em maioria relativa. Temos aqui uma oposição cujo o método é o de dizer defender a melhoria das condições de vida das pessoas votando contra e criando obstáculos para qualquer medida que aí pretenda chegar. A verdadeira oposição destrutiva, que usa a dificuldade dos mais desfavorecidos como arma de arremesso político. E a tendência é de agravamento, não fossemos estar a menos de dois anos das eleições. Parece também difícil a esta oposição encontrar uma linha de credibilidade quando se vive um ciclo político marcado por grandes concretizações e por novas metas. Será este Alentejo em franca mudança que ditará o desaparecimento dos arcaísmos políticos. E é nestas circunstâncias que decorre esta semana em Convenção, um encontro de dirigentes, autarcas e simpatizantes do projecto que prometeu trazer a modernidade ao Concelho de Évora. Ser autarca é, para o melhor e para o pior, estar perto das pessoas. É ser escrutinado todos os dias e ter como única compensação o reconhecimento de acordo com a sua competência. É um trabalho exposto às críticas, nem sempre justas e feito de sacrifícios pessoais. Por isso é um trabalho que só pode ser feito por gente convicta. E esta gente, quanto a mim, é o maior exemplo de dedicação ao serviço público, tendo em troca muito pouco. Só por isso espero que deste encontro resulte um bom debate, onde se discutam ideias para a região e de onde saia reforçada a estratégia para a Évora do Século XXI, a futura capital do Alentejo.
Francisco Costa
Sem comentários:
Enviar um comentário