sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

O QUE CANTA O AL TEJO

Mais uma incursão pelo fado (e não só)



Gaivota

Letra: Alexandre O'Neill
Música: Alain Oulman

Se uma gaivota viesse
Trazer-me o céu de Lisboa
No desenho que fizesse,
Nesse céu onde o olhar
É uma asa que não voa,
Esmorece e cai no mar.

Que perfeito coração
No meu peito bateria,
Meu amor, na tua mão,
Nessa mão onde cabia
Perfeito o meu coração.

Se um português marinheiro,
Dos sete mares andarilho,
Fosse, quem sabe, o primeiro
A contar-me o que inventasse,
Se um olhar de novo brilho
No meu olhar se enlaçasse.

Que perfeito coração
No meu peito bateria,
Meu amor, na tua mão,
Nessa mão onde cabia
Perfeito o meu coração.

Se ao dizer adeus à vida
As aves todas do céu,
Me dessem na despedida
O teu olhar derradeiro,
Esse olhar que era só teu,
Amor, que foste o primeiro.

Que perfeito coração
Morreria no meu peito,
Meu amor, na tua mão,
Nessa mão onde perfeito
Bateu o meu coração.

Meu amor, na tua mão,
Nessa mão onde perfeito
Bateu o meu coração.



Põe esta cinta vermelha
Para adelgaçar-te a cintura
Eu quero que as outras vejam
Que tens bonita figura.

Hoje há-de meter tourada
Comprei já duas barreiras
E a coisa vai ser falada
Na boca das cantadeiras.

Eu quero que as companheiras
Conheçam esta aventura
No fado já se murmura
Que somos de igual quilate

Põe esta cinta escarlate
Para adelgaçar-te a cintura.

Levo travessas vermelhas
Porque o vermelho é picante
Ponho argolas nas orelhas
Para me tornar provocante.

Eu quero que o meu amante
Que é toda a minha loucura
Que é da alta e tem altura
Que as outras todas invejam

Eu quero que todos vejam
Que tens bonita figura.

E podes dizer também
Que a cinta foi minha oferta
Oferta da tua Berta
Que é tua e de mais ninguém !

- Colaboração:lugar-ao-sul@grupos.com.br

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