segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

AO CORRER DO TECLADO

O PESSIMISMO.

Quando não se acredita no que se passa á nossa volta, se desconfia daqueles que tudo prometem e falham sem disfarce; quando os indicadores se agravam, o pessimismo torna-se doença, agravada pelas trocas e baldrocas de serviços disponíveis no campo da saúde e da assistência, que, tendo a missão restrita de nos tratar e aconselhar, falham a todo o instante e pior ainda, tais mudanças com todas as suas falhas de aplicação - buscam o bem estar de todos, no entender dos entendidos demagogos.
Comparativamente, sabe-se que Portugal é o país onde os cidadãos mais desconfiam quanto á situação económica pessoal. Uns porque trabalham e não vêem nada, outros porque formados não servem para nada, os restantes já esperam a reforma ou a morte, ainda que na fila da inscrição do Centro de Emprego.
Pessimismo como estado de alma é antiquíssimo, visto que nos finais do século XVIII, já Lichtenberg o designava como tendência considerada preferente, do lado pior da realidade relativista, com a particularidade doutrinária, segundo a qual, o ser em todas as manifestações mundanas (dos homens), estariam em certos casos desprovidas de sentido.
A atitude subjectiva de melhoria da situação das famílias e das pequenas empresas em Portugal, de caris teórico/politico/sentimental, neste momento estará a esgotar-se, com sinais de agravamento e de dificuldades que razões de maneira reflexa, conscientes ou não, se tornam assim de enorme descrença.
São os Partidos da direita á esquerda, são as Organizações Sindicais, são Agremiações Empresariais, são os meios de Comunicação Social, cada qual á sua maneira, na defesa dos seus territórios e assim dia a dia a desilusão acerca-se daqueles que, nada tendo a ver com politiquices, por arrastamento as dificuldades sufocam e a liberdade acaba-se, se porventura em Portugal esta existiu.
Muitos se interrogarão acerca do optimismo manifestado pelos indianos ou pelos chineses, onde explicitamente esperam realizar os seus sonhos e melhorar a sua situação financeira num espaço de tempo muito breve, ainda que as condições de vida orientais estejam desfasadas dos europeus. A conclusão não será difícil, pois acreditam porque confiam.
Quando o mundo, em determinado momento da vida de um país, se torna uma representação ilusória da realidade, chama-se a isso inconsciência. A vida da pessoa torna-se em dor física e psíquica, até que a mesma seja aniquilada. A vontade de fazer e de viver vai-se perdendo, facilitada que está pelo encerramento dos centros de saúde.
Neste momento, e, face á mexidas em tudo o que se trate do aparelho de Estado, a coisa complica-se e os portugueses, confrontados com esta nova religião já não conseguem deslindar o que está bem ou está errado, o que necessitam e mais lhes agradaria, o que temem. Poderemos resumir como sendo o desemprego, a ausência da lei e sua aplicação, a saúde e o economicista do sector, a carestia de vida a suportar pelas classes mais desfavorecidas e sem voz.
Entusiasmo e confiança, procuram-se em quantidades voláteis, que sejam bem aceites pelo Zé, já que aos endinheirados nunca lhes faltou. Se nos lembrarmos dos optimistas do reino que, com o seu perfume irradiam crenças inopinadas que não pegam de estaca!.
Certamente teremos de esperar mais uma década para nos reabilitarmos, tendo como boas as aquisições espanholas no Alentejo, e, porque não, quando uma boa parte dos Ingleses falarem fluentemente português, incentivado que será a partir dos seus polícias e forças de segurança.

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