segunda-feira, 15 de outubro de 2007

AO CORRER DO TECLADO

OS VENTOS QUE NOS ASSOLAM

Todos nós, elementos vivos desta sociedade errante e de incertezas, teremos direitos e deveres uns para com os outros, quando expressamos as nossas dúvidas, o nosso sofrimento e os nosso sentimentos acerca de factos importantes que nos condicionam, ainda que nos passem ao lado muitos deles, com prejuízos e caprichos litigantes, propósitos ofuscantes e atitudes de passividade mascaradas.

1 - A propósito da agitação indiscriminada que se abateu sobre o nosso país e, entre as pessoas, sobre as suspeitas e posteriormente a confirmação dos casos de pedofilia organizada, independentemente do julgamento que cada um faça sobre os casos conhecidos ou não, a reflexão e o chamamento á responsabilidade, deslindando o que é vento ou ciclone.
As más línguas aproveitam e empolam, os culpados mitigam as práticas e tentam encobrir os respectivos delitos, a justiça morosa, deixa-se ultrapassar por modas e ideologias de interesse, os agentes sociais á sua maneira credibilizam e promovem ondas de choque, postas a correr por profissionais hábeis, onde se destacam algumas figuras do Jet 7 e literaturas cor de rosa, apenas enredadas com a discussão dos sintomas.
O moralismo sem a reflexão necessária não tem sentido, o espírito crítico sem a ponderação dos valores e das circunstancias pode redundar em dilate ou em pura vaidade, as múltiplas condicionantes não devem fazer, esquecendo as vivências sociais nem a falta de humanismo, a acusação dos culpados deve acontecer sem falácias, sendo certo que, sem a caracterização de uma vivência comunitária responsável, a regeneração humana destas situações não é possível.

2 – Também com grande frequência vem á baila o problema dos transgénicos e, a falta de rigor da sua caracterização, discussão e manipulação, como que de um simples cruzamento se tratasse. Serve ás mil maravilhas alguns interesses, enaltecendo a sua fabricação e a continuação desta novidade entre nós, conhecidas que são as opiniões negativas de entendidos independentes.
Ao que se sabe, os transgénicos não resultam de um simples cruzamento, trata-se isso sim de uma modificação radical, para que se possa operar a ultrapassagem da barreira existente entre espécies, isto é, criar-se a possível de cruzamento entre um rato e um coelho ou, entre um grão do milho e uma ervilha. O que dá ou pode dar, não sabemos, ao baptizado declino o convite.
O debate sobre este assunto é necessário mas parece tratar-se de tabú hipócrita, como tantos outros vegetando em águas mornas. Este problema vai indo por vezes longe demais, afirmando-se que determinada planta modificada, resiste com facilidade a determinado predador que, dela se alimenta visto poder conter um tipo de pesticida orgânico, sendo economicamente rentável e ao mesmo tempo, amigo do ambiente.
Os europeus têm recusado os transgénicos em produtos alimentares, até quando não saberemos, certo é que a pressão é grande e os conselhos multiplicam-se, sobreavisados que estamos das experiências e influências por tudo aquilo que, sendo novidade pode compensar.

Para terminar, tenho informação de que o milho transgénico comercializado em França, contêm um gene que segrega em contínuo a toxina B+ (insecticida compatível com agricultura biológica). O problema já existe, visto que, em contacto permanente com a afamada toxina, esta torna-se ineficaz passado algum tempo, os mosquitos tornam-se progressivamente resistentes e imunes a tal disfarce. Que alternativas restam? Duplicar… triplicar… quadruplicar a toxidade da planta? Quem nos garante o processamento, a rentabilidade e a inocuidade do produto, na alimentação humana? E se assim acontecer, como se controla a poluição?

Este lembrete que Vos deixo, encerra questões muito vastas e complicadas, onde a falta de verdade, a informação controlada e muitos disparates pelo meio nos chegam, sobretudo no momento em que ninguém sabe em quem acreditar. A ciência e o saber da maioria dos doutores, transversalmente fazem dos inteiros e dos partidos em cacos dando todos eles exemplos tristes que, muito frequentemente se cruzam connosco, ainda que a nossa mãe não o quisesse, dando opiniões fáceis e de sentido prazenteiro, incutindo abertas ao empreendedorismo, com irreverência e saber suficiente que, por mais incrível que pareça, nos atiram para situações que não contávamos, nem aceitamos.

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