terça-feira, 18 de setembro de 2007

CRÓNICAS DE OPINIÃO DA RÁDIO DIANA/FM



É com um redobrado sentimento de gratidão à http://www.dianafm.com/, que o Al Tejo, prossegue, devidamente autorizado, a transcrição das Cónicas Diárias transmitidas aos microfones daquela prestigiada rádio, tal como o vinha fazendo desde há dois anos atrás.
São crónicas dos acontecimentos relevantes que se vão sucedendo não só no país como no estrangeiro elaboradas por entidades de diferentes quadrantes políticos.


1ª Crónica - Francisco Costa

terça-feira, 18 Setembro 2007
Na minha visita à edição do Portugal Air Show constatei, uma vez mais, que são evidentes as mudanças que se operam no Alentejo.
E esta observação não tem que ver com os milhares de visitantes que esta iniciativa atrai, com a própria qualidade do evento ou mesmo pelo facto de se tratar de um festival de aviões.
O Portugal Air Show afirma a capacidade da Região para atrair indústrias de elevado grau tecnológico e envolve dezenas de instituições ligadas ao ensino, construção, desenvolvimento e exploração comercial da aeronáutica. Ao mesmo tempo contribui, como contribuem outras iniciativas públicas e privadas, para o reforço da capitalidade de Évora.
Mas não é um festival como este que, por si só, significa tudo o que lhe quero atribuir. No quadro dos contributos para a afirmação desta grande região como terra com futuro estão também o Empreendimento com fins múltiplos de Alqueva, o aeroporto de Beja, o porto de Sines, a futura estação de TGV em Évora, os empreendimentos turísticos de luxo que se perfilam e a vinda do ansiado Skylander, só para referir os mais emblemáticos e que tenho de memória.
E toda esta dinâmica revela que o Alentejo já não fala tanto do seu fado de pobreza e do seu destino desertificado mas de confiança no futuro.
O Alentejo já não pergunta como mas sim quando?
Ora este clima revela uma expectativa forte da população e uma grande responsabilidade dos diversos actores políticos e empresariais, que têm demonstrado um elevado envolvimento na execução destes projectos.
É certo que as dificuldades existem e não podem ser esquecidas mas finalmente o momento é o de dar resposta ao desemprego e à desertificação da Região.
E em relação a estes anseios o futuro próximo é evidentemente promissor.
E para os que se chocam com este optimismo respondo que me parece que o caminho do negativismo e da desconfiança é caminho que já percorremos durante demasiado tempo.
São precisamente o negativismo e a desconfiança que fazem estar de costas voltadas forças partidárias, empresários, comerciantes, cidades, vilas e aldeias bem para além daquilo que seria razoável admitir.
O momento é de cooperação entre todas as forças da região. E isto não deve significar que se escondam as diferenças. O que se deve discutir é a forma com chegar ao objectivo comum, do desenvolvimento e do progresso e não perder tempo com uma infrutífera guerra surda do género bairrista, que já mostrou fracos resultados.
Fé foi coisa que se pediu durante demasiado tempo aos alentejanos. Esta terra já não se convence com os que lhes acenam apenas com direitos.
É certo que a região tem pleno direito ao que se vai concretizando mas também tem o dever de se envolver neste processo, responsabilizando os responsabilizáveis para o cumprimento dos compromissos que se vão firmando.
E sobretudo o dever de recusar os que, de todas as formas, vão questionando, irrazoavelmente uma qualquer acção de promoção e desenvolvimento do território, bem ao jeito dos que, aquando da reconstrução da baixa pombalina após o terramoto de 1755 perguntavam: para que servem avenidas largas quando nas que temos passam bem carroças?

Obrigado e até para a semana.

Francisco Costa
17 de Setembro de 2007

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