terça-feira, 21 de agosto de 2007

O QUE CANTA AL TEJO

Divulgação da Musica Tradicional Portuguesa – A nossa música

Hoje uma volta pelo Fado



Fado Ribatejo

Letra e música: Pedro Barroso
Intérprete: João Chora (in CDs "João Chora", 1999; "Ao Vivo na Chamusca", 2001)


Nesta terra há um rio antigo de saudade
que nos dá vida e sonho e encantamento
e a paz que o campo tem e a verdade
de quem vive outro sítio, outro momento

Ter o Tejo aqui, assim, ao pé da porta
é um berço de força e de saber
traz-se ao peito o gosto da paixão
enquanto o sol nos fala ao entardecer

Viver assim é outro modo, outra maneira
outra vida, outro sonho a comandar
passa o tempo escorregando à minha beira
cantam-se fados à noite para lembrar

E o sol e a gente e o campo e a cidade
e a cheia, esse chão de água a cobrir tudo
e a alma imensa de um povo sem idade
não mudes tu, meu povo, que eu não mudo

Nesta pátria Ribatejo se ama e canta
se dança, se trabalha e se resiste
e onde o peito alcance haverá chama
ninguém é mais alegre nem mais triste

E doce e forte e sereno ao mesmo tempo
como os cavalos ao longe, ao pôr do sol
existe aqui um templo que é eterno
na lenda e no feitiço do Almourol

E o sol e a gente e o campo e a cidade
e a cheia, esse chão de água a cobrir tudo
e a alma imensa de um povo sem idade
não mudes tu, meu povo, que eu não mudo.



Canoas do Tejo

Letra e música: Frederico de Brito
Intérprete: Carlos do Carmo (in "Canoas do Tejo", Tecla, 1969, reed. Movieplay, 1992; "A Arte e a Música de Carlos do Carmo", Philips/Polygram, 1982; "Carlos do Carmo: O Melhor dos Melhores", vol. 5, Movieplay, 1994)



Canoa de vela erguida,
Que vens do Cais da Ribeira,
Gaivota que anda perdida,
Sem encontrar companheira

O vento sopra nas fragas,
O Sol parece um morango,
O Tejo baila com as vagas
A ensaiar um fandango

Canoa,
Conheces bem
Quando há norte pela proa,
Quantas docas tem Lisboa,
E as muralhas que ela tem
Canoa,
Por onde vais?
Se algum barco te abalroa,
Nunca mais voltas ao cais,
Nunca, nunca, nunca mais

Canoa de vela panda,
Que vens da boca da barra,
E trazes na aragem branda
Gemidos duma guitarra

Teu arrais prendeu a vela,
Se adormeceu, deixá-lo
Agora muita cautela,
Não vá o mar acordá-lo

Canoa,
Conheces bem
Quando há norte pela proa,
Quantas docas tem Lisboa,
E as muralhas que ela tem
Canoa,
Por onde vais?
Se algum barco te abalroa,
Nunca mais voltas ao cais,
Nunca, nunca, nunca mais

Canoa,
Por onde vais?
Se algum barco te abalroa,
Nunca mais voltas ao cais,
Nunca, nunca, nunca mais.

O Marceneiro

Letra: Armando Neves
Música: Alfredo Marceneiro (Alfredo Rodrigues Duarte)
Intérprete: Alfredo Marceneiro


Com lídima expressão e voz sentida
Hei-de cumprir no mundo a minha sorte
Alfredo Marceneiro toda a vida
Para cantar o fado até à morte.

Orgulho-me de ser em toda a parte
Português e fadista verdadeiro,
Eu que me chamo Alfredo, mas Duarte
Sou para toda a gente o Marceneiro.

Este apelido em mim, que pouco valho,
Da minha honestidade é forte indício.
Sou Marceneiro, sim, porque trabalho,
Marceneiro no fado e no ofício.

Ao fado consagrei a vida inteira
E há muito, por direito de conquista.
Sou fadista, mas à minha maneira,
À maneira melhor de ser fadista.

E se alguém duvidar crave uma espada
Sem dó numa guitarra para crer,
A alma da guitarra mutilada
Dentro da minha alma há-de gemer.

A Casa da Mariquinhas

Letra: Silva Tavares
Música: Alfredo Marceneiro (Alfredo Rodrigues Duarte)
Intérprete: Alfredo Marceneiro


É numa rua bizarra
A casa da Mariquinhas
Tem na sala uma guitarra
E janelas com tabuinhas

Vive com muitas amigas
Aquela de quem vos falo
E não há maior regalo
Que a vida de raparigas
É doida pelas cantigas
Como no campo a cigarra
Se canta o fado à guitarra
De comovida até chora
A casa alegre onde mora
É numa rua bizarra

Para se tornar notada
Usa coisas esquisitas
Muitas rendas, muitas fitas
Lenços de cor variada.
Pretendida, desejada
Altiva como as rainhas
Ri das muitas, coitadinhas
Que a censuram rudemente
Por verem cheia de gente
A casa da Mariquinhas

É de aparência singela
Mas muito mal mobilada
E no fundo não vale nada
O tudo da casa dela
No vão de cada janela
Sobre coluna, uma jarra
Colchas de chita com barra
Quadros de gosto magano
Em vez de ter um piano
Tem na sala uma guitarra

P'ra guardar o parco espólio
Um cofre forte comprou
E como o gás acabou
Ilumina-se a petróleo.
Limpa as mobílias com óleo
De amêndoa doce e mesquinhas
Passam defronte as vizinhas
P'ra ver o que lá se passa
Mas ela tem por pirraça
Janelas com tabuinhas

Colaboração : Colaboração:lugar-ao-sul@grupos.com.br

2 comentários:

Anónimo disse...

Ó TATÁ, TU DESCULPA O Q TE VOU DIZER MAS ISTO É MESMO PARA ENCHER CHOURIÇOS NAO É? jÁ REPARASTE Q NESTES ULTIMOS DIAS TENS AQUI COLOCADO SÓ PALHA?

SERÁ Q RECEBES ALGUMA COMISSAO POR TEXTO/FOTO?

SE PREZAS A QUALIDADE, QUE REAL MENTE ESTE BLOG POR VEZES TEM, NAO ENCHAS ISTO COM LIXO, MAIS VALE POUCA COISA MAS DE QUALIDADE DO Q MUITA E SÓ LIXO!

UM ABRAÇO

francisco tátá disse...

Não deixo de te dar razão.
Mas quero esclarecer desde já que não ganho nada com isto, e que para mim é um simples hobby, e porque gosto de "coisas" fora do vulgar gosto de as repartir para que não tenham trabalho em pesquisar.
Evidentemente que se tornava mais atraente, divulgar o Alandroal, mas isso já foi feito e nada mais há a acrescentar.(poetas, tradições, eventos, milhares de fotos, usos costumes, nostalgia, coisas modernas, histórias passadas com os nossos antepassados, novas realizações, divulgação dos nossos artistas).
Lançar temas para debate (o que por aqui ainda vai sucedendo pela pena de gente abalizada) cheguei à conclusão que não merece a pena, pois envereda-se sempre por caminhos turtuosos, e já me vou cansando de ser ofendido por gente que não conheço, não tenho interesse em conhecer, que tão pouco merecem que se perca tempo e a quem não reconheço um mínimo de credibilidade.
Quando "isto" foi pensado destinava-se a divulgar o Alandroal, e como já muita vezes foi aqui escrito houve a promessa de colaboração de gente capacitada para levar avante o projecto. Ás primeira contrariedades desistiram,... eu "apanhei o vício", tenho tentado prosseguir, mas sózinho é impossivel.
Queres exemplos? a autarquia mandava frequentes notícias sobre projectos, realizações, viagens, contactos etc. Quando viu que não estavamos prontos a vassalagem passou a ignorar-nos sem qualquer justificação, pese embora nunca pela pena dos responsáveis se tenha menosprezado o trabalho até agora feito, mas apenas discordado de certas medidas.
Até à data enviei cinco, repito cinco mails ao responsável pelo futebol para divulgar as "novidades" para a próxima época. Nem uma simples resposta obtive. Suponho que ainda aí há uma secção de pesca; mandava notícias e os alandroalenses gostavam de saber. Há uma Instituição de Misericórdia no Alandroal. Todos os Alandroalenses a acarinham. Alguma vez se dignou mandar para divulgação os seus eventos? Há um grupo de forcados e embora por várias vezes tenha solicitado a divulgação do que vão fazendo, passaram algum cartão?
Em contrapartida começaram a chegar à minha caixa de correio mensagens de diversas organizações de outras localidades com pedido de divulgação e incentivando o projecto.
O tema Alandroal, pela minha parte está esgotado, embora o blogue continue aberto à divulgação de todos os assuntos que sobre o mesmo se queiram pronunciar. (è o caso de hoje com a colocação de meia duzia de fotos, que alguem que ainda acredita no Alandroal me enviou).
Como a desilusão com o Alandroal se vai agravando, e notei uma certa aceitação por parte de um elevado número de "clientes" (se te deres ao trabalho de consultares o lado esquerdo do blogue no alandroalómetro verás que chegam a ultrapassar os 300 dos mais diversos continentes) e como ainda me sinto orgulhoso de ser alentejano, apreciar o que é belo vou como dizes "enchendo chouriços) - mas já vou estando cansado e a "pica" é cada vez menor.
Para terminar: porque não dás uma ajuda, e contribues para tornarmos "isto" mais "profundo"?
Fico à espera
Chico Manel