quarta-feira, 18 de julho de 2007

POESIA NO ALANDRO AL

Erros meus, má fortuna, amor ardente
(Luís de Camões)

Erros meus, má fortuna, amor ardente
em minha perdição se conjuraram;
os erros e a fortuna sobejaram,
que para mim bastava o amor somente.

Tudo passei; mas tenho tão presente
a grande dor das cousas que passaram,
que as magoadas iras me ensinaram
a não querer já nunca ser contente.

Errei todo o discurso de meus anos;
dei causa que a Fortuna castigasse
as minhas mal fundadas esperanças.

De amor não vi senão breves enganos.
Oh! quem tanto pudesse que fartasse
este meu duro génio de vinganças!

2 comentários:

Anónimo disse...

Temos no Alandroal um excelente poeta, estou a lembrar-me do soneto feito ao falecido Arnaldo,
o senhor José Galhardas.

francisco tátá disse...

É verdade e já por mais de uma vez lhe enderecei convite para mandar alguns poemas.
É para essa divulgação que cá estamos.
Quando me chegarem terei todo o gosto em proceder á publicação.