terça-feira, 3 de julho de 2007

CRÓNICAS DE OPINIÃO DA RÁDIO DIANA/FM (DUAS)

Transcrição da crónica diária transmitida aos microfones da :http://www.dianafm.com/

Évora, Cidade de eventos desportivos - Domingos Cordeiro

Depois de no ano passado aqui termos acolhido a Selecção Nacional de Futebol, com o sucesso de todos conhecido e que daqui partiu rumo ao Campeonato do Mundo que teve lugar na Alemanha, foi agora a vez de, durante oito dias, a cidade de Évora receber a Selecção Olímpica Nacional de Pólo Aquático que, utilizando as Piscinas Municipais, aqui estagiou.
Ao que sabemos, atletas e dirigentes partiram com vontade de voltar.
Évora, por via da sua localização, acessibilidades e património tem todas as condições para se afirmar na captação de estágios desportivos.
Para que tal seja possível assumem particular importância os equipamentos públicos adequados à procura.
No caso, o estágio da Selecção Olímpica Nacional de Pólo Aquático, pode já beneficiar das melhorias entretanto introduzidas pela Câmara nas piscinas Municipais.
O Complexo Desportivo Municipal cujo início de construção se anuncia para breve é mais um passo na afirmação do potencial da cidade para captar iniciativas desta natureza.
A colocação, recente, ao serviço da cidade e da região do Pavilhão Multiusos, com as qualidades que lhe são reconhecidas e com vocação para o entretenimento, o desporto e a promoção de actividades económicas é um outro passo, bastante significativo, para a afirmação de Évora, no plano do turismo, do desporto, da cultura e do desenvolvimento económico.
Paulatinamente, a cidade vai-se dotando das infraestruturas que há muito deveria ter, com ganhos acrescidos de qualidade e competitividade.
Évora, onde tantas pessoas que conheço gostariam de viver, vai ficando, assim, mais apetrechada, mais competitiva e mais bonita.
Para satisfação dos que aqui decidiram viver e de quem nos visita.

02 de Julho de 2007
Domingos Cordeiro


Arena d`Évora - José Faustino

Terminou ontem a Feira de S. João que agora também se chama: Festas da Cidade.
Não há dúvida de que a Feira de S. João constitui a festa mais importante, senão a única digna desse nome, na cidade de Évora. Conjugando o S. João, que dá o nome à feira, e o S. Pedro, padroeiro da cidade, cujo dia é feriado municipal, esta feira foi desde sempre a festa da cidade.
A Feira, boa ou má, para além de atrair os eborenses, atrai milhares de visitantes, é sempre um caso de sucesso.
Sou daqueles que tenho sérias dúvidas sobre a alteração do local da Feira, isto sem prejuízo de concordar com a construção de um parque de feiras e exposições em Évora.
Na sequência do que tem feito nos últimos anos, a Câmara organizou mais uma vez a Feira olhando mais à qualidade do que à quantidade. Há menos feirantes, mas assim a feira fica melhor, mais arrumada, mais limpa e mais bonita.
Este ano, com a entrada em funcionamento da Arena de Évora, o jardim público foi poupado ao desgaste que sofria com a implantação do palco central da feira naquele local.
A propósito de tudo e de nada, em matéria de requalificação urbana, fala-se muito em devolver coisas aos cidadãos, no caso da antiga Praça de Touros, agora Arena de Évora, trata-se de facto de uma verdadeira devolução de um equipamento à população e à cidade.
Aquele recinto onde, para além das touradas se organizavam, em tempos, outro tipo de espectáculos veio degradando-se perdendo a sua funcionalidade e utilidade.
Agora, depois da sua requalificação e transformação em pavilhão multiusos, Évora recebe um novo recinto preparado para organizar diversos espectáculos e eventos de diversas características e expressões artísticas, direccionados aos mais variados públicos.
Isso mesmo ficou demonstrado, não sei se intencionalmente ou não, no espectáculo de inauguração, ou reinauguração (como se quiser) onde foram apresentados diversos números para uma audiência bastante diversificada.
Cobrar entradas, ainda que simbólicas, em quase todos os espectáculos, durante a Feira, foi uma opção acertada, é um bom princípio para valorizar as iniciativas e o próprio recinto e, sobretudo, habituar as pessoas a pagarem aquilo que consomem.
Muitas das actividades, a desenvolver no novo pavilhão, têm de se afirmar, necessariamente, pela sua viabilidade económica, não podem ser apenas as touradas a seguirem esse caminho. Afirmar Évora como cidade cultural também passa por isso, isto é, pela viabilização económica das iniciativas e por liberta-las, sempre que possível, da subsidio-dependência.
Nestes dias, a Arena de Évora já se revelou ser um excelente equipamento para diversas utilizações, o desafio está lançado a todos os operadores da cultura e do entretenimento, há que demonstrar capacidade de iniciativa para viabilizar aquele espaço.
Já ouvi falar na constituição de uma empresa municipal para explorar a Arena, em principio discordo, só concordarei se não houver resposta da iniciativa privada. Discordo, de igual modo, que se entregue a exploração da Arena a uma única empresa ali, preferencialmente, devem operar várias entidades, o papel da Câmara deve limitar-se à manutenção e gestão do recinto e à coordenação do calendário das iniciativas. A concorrência e a diversidade de propostas, ajudará a dinamizar o mercado.
Finalmente, gostaria de realçar a adaptação do antigo terminal rodoviário em parque de estacionamento, não tanto pelo equipamento em si, mas pelo que a atitude representa por parte da Câmara, ou seja o reconhecimento prático da necessidade de criar espaços de estacionamento dentro do Centro Histórico.
É este o caminho. Com um investimento mínimo, com pragmatismo e, sobretudo, sem fundamentalismo que se revitalizará o centro histórico.
Já ouvi opiniões, de gente que muito prezo pela sua valia, sobre outras utilidades que poderiam ter sido dadas aquele espaço, talvez tenham razão, mas para já parece-me que foi uma boa atitude a da Câmara, porque é disso que nesta, como em muitas outras coisas se necessita: de atitude!

02/07/07
José Faustino

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