segunda-feira, 16 de julho de 2007

AO CORRER DO TECLADO

Andar com a candeia ás avessas.

- Vai para alguns anos, que eu me lembre, a força do imaginário eléctrico fazia-se já sentir, com a convicção de alguns e a astúcia de outros, no incremento e no consumo da electricidade estava em voga. Vendiam-se nessa altura muitas ideias e conselhos de boas práticas e utilização, sabendo-se que nunca por nunca se deveria estudar á luz do candeeiro a petróleo nem com o auxílio da vela (coutos de cera), a respiração dos vapores e fumos daquela luz (de alumiar) prejudicavam a respiração, mas também os possíveis problemas causados á visão.

- Porque era um luxo, uma vaidade, o snobismo de boa gente que, apetrechando tudo o que nessa altura até aos dias de hoje se impingiu, a hipótese de ser movido a partir desta nova força energética, frigoríficos, aquecedores, torradeiras, apliques luminosos, motores e ferramentas, sem esquecer os velhos rádios a válvulas que necessitavam só para o arranque de 10 minutos em tempo e, sabe-se lá, quantos Watts para se poder ouvir algo de jeito, a partir daquelas caixas
noticiosas e de ondas fugidias.

- Neste momento viraram todos o prego para o passado, os bons conselhos são aqueles que vão no sentido de se poupar o máximo de energia que antes preconizaram, o que seria óptimo quanto ao ambiente e para os orçamentos familiares mas, com o descrédito generalizado a pairar, o sofisma de se pouparem Euros deverá ser demonstrado face a realidades não esquecidas e pintadas sem verniz.

- A gestão dos consumos quer sejam do gás, da água ou da electricidade deverá ser concretizada, a partir de mudanças comportamentais, dado que o seu custo global mensal deste sector, continua a englobar todas as alcavalas não consideradas como impostos, certo é que o Zé continua a abrir os bolsos para jogos contabilísticos e outros tais sobre o consumo.

- Encontrar soluções mais vantajosas é urgente, dar as vassouradas necessárias em hábitos que ontem eram de boa aceitação, mas hoje são considerados desperdícios e preocupação ecológica, será real se nos recordarmos a quando a nossa Selecção demandou o Kuwait se verificou nessa altura de que por lá, 60 litros de combustível equivaliam a 1 litro em Portugal, a desproporção abismal dará lucros inconcebíveis para uns quantos e não para todos.

- A moda nos dias de hoje é fazer papão do buraco de ozono, falar de energias alternativas é um sonho e correcto, é chique destacar o valor da eólica, da hídrica ou da solar e, consequentemente dos combustíveis amigos do ambiente como o biodísel, o etanol, o álcool e o aproveitamento dos óleos vegetais filtrados. É bom, a partir desta discussão entreter o pagode com estas novas ideias, enquanto os novos lóbis tentam acercar-se do poleiro e fazer vingar a estratégia para boa nova.

- Os continentes EU/Mercosul dão as mãos concordando com o intercâmbio, para o estudo de novas tecnologias e carburantes para o incremento do, biodísel mas, este é um produto complexo e perigoso, dada a adição do metano e da soda caustica em solução aquecida, no entanto o verdadeiro interesse pelas parcerias resultará também da novidade e a possibilidade de monopólio na distribuição.

- A tentativa de eliminação do CO2, de que resultará um melhor controlo do efeito de estufa pela diminuição dos fumos dos escapes, caracterizam-se por muitos ruídos que nesta leva, não são ainda neste momento problema. Com grande pena minha não será na minha geração que os resultados estarão optimizados, pois os interesses e os subterfúgios são de monta e de difícil acordo global.

- Quanto ao carvão, a força das correntes, as albufeiras e barragens, estando em Portugal predestinadas ao lucro, o badalar da poupança não fará sentido, se porventura os consumos diminuírem logo se encontrará uma taxa ou uma qualquer nuance, para que o mesmo valor em cifrões modificados, cheguem aos cofres sendo novamente o Zé distraído.

- Daí a pergunta que muitos fazemos – poupar para quê? Se outros mais gastadores não o fazem.

- Para colocar a cereja neste bolo que acabo de confeccionar, a respeito do que entendo sobre as poupanças e no que diz respeito á EDP digo:

Sexta-feira dia 14 ao final da noite foi pedida a comparência do piquete na Rua São Domingos -Vale Grande. Reparada que foi a avaria o piquete retirou-se, certo é que essa Rua ficou sem iluminação desde esse momento até á hora deste despacho – segunda 9 h e como se isso não bastasse, continuou com a iluminação acesa de dia e de noite, todo o sector adjacente composto por um número substancial de ruas, vai para cerca de 60 horas ininterruptas de iluminação.

- Em termos de poupança de água direi que na Rotunda do Sr.Roubado - Odivelas, ontem e hoje com o tempo chuvoso que todos vemos, o sistema de rega continua a funcionar e a desperdiçar água, estando á vista e sem necessidade de verificação.

- Só será justo falar em poupança se se inverterem os papéis e sermos nós os consumidores a exigi-lo, pedindo que os desperdícios de qualquer espécie terminem e se possa verificar uma baixa efectiva dos custos, e não a camuflagem das taxas e tarifas da energia.

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