quinta-feira, 7 de junho de 2007

CRÓNICAS DE OPINIÃO DA RÁDIO DIANA/FM



Coisas boas - Eduardo Luciano

Quinta, 07 Junho 2007
No passado dia 30 de Maio, em Madrid, a Organização Mundial de Turismo atribuiu o Prémio Ulysses na Categoria de Inovação, ao projecto de criação da Rede Europeia de Turismo de Aldeia.
Imaginem só que a coordenação do projecto premiado é da responsabilidade da Região de Turismo de Évora, que desde 1999 vem trabalhando com os restantes parceiros na construção desta rede europeia onde se articulam o turismo, a qualidade, a gestão dos espaço naturais e o cooperativismo entre regiões colocadas à margem dos parâmetros de desenvolvimento europeu.
A atribuição deste prémio a um projecto liderado pela Região de Turismo de Évora, vem provar que com trabalho, capacidade de inovação e seriedade é possível criar projectos que encham de vida aldeias de reconhecido interesse turístico, no respeito pelas suas tradições e cultura.
Vem também demonstrar que quando os interesses mesquinhos são soterrados debaixo do interesse comum, existem instituições alentejanas em condições de liderar, com sucesso, projectos internacionais. É no fortalecimento destas instituições que se caminha para a excelência e para o seu reconhecimento e não com guerras de guerrilha telecomandadas por interesses que nada têm a ver com o desenvolvimento sustentado da região.
A cidade de Évora ganha por estes dias uma cor diferente. Enche-se de gente descontraída que transforma as ruas em palcos, as praças em espaços vivos, com o seu ar provocador e espírito de liberdade plena.
As crianças de todas as idades sorriem, ou riem às gargalhadas, perante as venturas e desventuras de heróis e vilões feitos de madeira, de pano, de papel, manipulados por gente com ar feliz, vinda dos quatro cantos deste mundo.
Por estes dias, a cidade respira um cosmopolitismo cultural que faz com que apeteça por cá andar, com os filhos pela mão, mostrando como a diversidade de olhares sobre a realidade é determinante para um crescimento saudável e sem medo da diferença.
Por estes dias entra na cidade uma lufada de ar fresco, trazida por discursos que rompem com esta sensação de claustrofobia, que o olhar sobre o nosso próprio umbigo inevitavelmente comporta.
Por estes dias, os nossos filhos olham menos para os “Game Boy” e mais para a vida que de um simples boneco pode transpirar.
Estou obviamente a referir-me à Bienal de Marionetas de Évora, com os seus espectáculos de rua, com gente diferente que nos vem mostrar a sua arte, a sua forma de vida, a sua capacidade de comunicar mesmo que o idioma nos seja estranho.
Évora precisa de mais iniciativas destas, bem promovidas e organizadas, suportadas em bons planos de comunicação a nível nacional, que torne inevitável a vinda de quem tem sede de cultura.
Entretanto sugiro que passeie pelas ruas, que se espante com a capacidade que os bonecos têm de nos fazer rir e pensar.
Sugiro que se transforme em turista na sua própria terra.
É que a Bienal dura apenas uns dias e as marionetas, títeres e fantoches que ficam por cá já não nos conseguem divertir tanto.

Até para a semana

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