quarta-feira, 27 de junho de 2007

CRÓNICA DE OPINIÃO DA RÁDIO DIANA/FM

Transcrição da crónica diária transmitida aos microfones da :http://www.dianafm.com/

Crónica de Hélder Rebocho

Quarta, 27 Junho 2007
Junho é por tradição o mês dos santos populares.
Um pouco por todo o país são organizadas festas, feiras e romarias evocativas de S. Pedro, S. João ou Stº António.
Évora não é excepção e por isso todos os anos na segunda quinzena de Junho tem lugar a Feira de S. João ou festas Populares da Cidade de Évora, como se queira chamar, porque o mais importante não é o nome, até porque o que por ai não faltam são verdadeiros arraiais populares apelidados de feiras.
A versão da feira de S. João 2007 brindou os Eborenses com duas novidades.
Uma delas é precisamente o facto de não ter novidades, ou seja, é igual á dos anos anteriores, pois nada de novo apresenta.
Em comparação com outros anos está mais arrumadinha, evidenciando uma melhor disposição logística do espaço, mas apenas isso, o que é muito pouco para as expectativas criadas nos eborenses quando nas duas últimas campanhas eleitorais foi insistentemente prometida, pelo actual Presidente da Câmara, a construção de um parque de Feiras e Exposições, dotado de infra-estruturas que permitissem a realização de outros eventos ao longo do ano, para além da feira de S. João.
Esta promessa não terá passado das boas intenções, para não dizer da demagogia pura, pois volvidos seis anos a velha feira continua a realizar-se no velho Rossio de S. Brás, assente num conceito desactualizado, plantada num espaço inadequado e sem condições, numa zona central da cidade, o que agrava durante cerca de um mês as já difíceis condições de circulação automóvel, isto para não falar dos problemas de estacionamento.
Seja pela dimensão de Évora, seja pela adequação ao novo conceito de feira ou até pela promessa eleitoral, a verdade é que esta Cidade deveria ter um parque de feiras e exposições e não tem, nem sei se irá ter, ao contrário de Beja, Estremoz ou Montemor-o-Novo que dispõem deste tipo de infra-estrutura há já alguns anos.
A outra novidade que veio com a feira foi a reinauguração da centenária Praça de Toiros de Évora, agora denominada Arena d´Evora. Trata-se de um espaço moderno, confortável e acolhedor, com óptimas condições não só para espectáculos tauromáquicos, mas também para outro tipo de eventos.
Évora merecia de facto um espaço com estas características, por isso não se pode questionar a sua utilidade. Mas não podemos esquecer que a Câmara Municipal investiu cerca de 3.000.000,00 €. na remodelação de um imóvel particular, exigindo-se, portanto, que dele consiga retirar a devida utilidade para a população.
Um investimento desta natureza, feito com dinheiros públicos num bem privado só será benéfico para a população se depois dos espectáculos inseridos na programação da feira e terminada a temporada tauromáquica, ali se realizarem outros espectáculos ao longo do ano, como se espera.
Está, assim, criada mais uma expectativa.
Espera-se agora, que a fraca agenda cultural da nossa cidade passe a incluir regularmente espectáculos qualidade, pois a falta de um espaço adequado para o efeito já não será desculpa.
Assim esta expectativa não tenha o mesmo destino daquela que nasceu há seis anos atrás, com a promessa da construção do Parque de Feiras e Exposições e que até hoje não passou das palavras.

Hélder Rebocho
27.06.07

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