Recordações que nos transportam no tempo e nos deixam um sorriso nos lábios.
Histórias que se voltam a publicar no Blog Alandro al
OS “TITRES”
OS “BONECOS SANTO ALEIXO”
Ontem fui ao CIRCO!
Como é possível que a “droga” da televisão nos arrede destes “acontecimentos”, que já foram e muito bem, considerados o “maior espectáculo do Mundo?
E com a simples ida ao CIRCO quantas pessoas ficaram felizes? Para além da minha própria satisfação, o “dono” ficou feliz porque foi mais um que contribui para a fraca receita, os ARTISTAS ficaram felizes porque se sentiram recompensados pelos meus aplausos, as “netas”, principal razão da minha deslocação, transbordaram de alegria e felicidade durante aquelas duas horas.
Mais tarde e quando tentava conciliar o sono, e tendo presente o sorriso das “crianças” que deliraram com as peripécias dos PALHAÇOS, acudiu-me ao pensamento e consegui rever com nitidez, os meus tempos de criança quando o Alandroal era “visitado” pelas famílias de SALTIMBANCOS, que na altura agitavam pelo menos nessa noite a pacata vivência da nossa terra.
Chamávamos-lhe os TITRES. Normalmente era uma família, composta por marido e mulher, com assinalável número de descendentes. Faziam-se transportar numa “charrete”, puxada por uma mula que muitas vezes era também “atracção” no espectáculo.
Este tinha lugar na Praça. Uma “esteira” estendida no chão, uns “gasómetros”em que o enxofre era o combustível. Formava-se um círculo, onde os “graúdos” ficavam de pé e os “miúdos”, sentados no chão assistiam às “magias” que aqueles heróis sabiam executar. Eram os lenços que se multiplicavam, os papelinhos que apareciam de um recipiente, o homem que tirava moedas e pedras dos narizes dos presentes e as fazia chocalhar numa “lata”, a “vamp” que se contorcia e metia os pés pela cabeça, e quando rufava o tambor e a mulher era trespassada por afiadas facas dentro de uma arca! E tudo terminava quando os mesmos que eram acrobatas, ilusionistas, músicos eu sei lá se transformavam nos PALHAÇOS!
Só não gostava era quando se anunciava que se ia proceder a uma “pequena quete”, e via desandar muitos dos assistentes. Mas sabe-se lá porque o faziam! È que mesmo cinco tostões nessa altura não estavam ao alcance de todos...
Também de vez em quando a Praça era animada pelos BONECOS SANTO ALEIXO...
A disposição da assistência era a mesma. As história eram sempre iguais...mas como era divertido e como nós nos ríamos quando o Polícia munido de um varapau desatava à cacetada na cabeça do Ladrão, e quando aparecia a Carolina, que só fazia asneiras...
RECORDAÇÕES....
Saudações Marroquinas
Xico Manel
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