terça-feira, 27 de março de 2007

CRÓNICAS DE OPINIÃO DA RÁDIO DIANA/FM

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Crónica de 27 de Março de Domingos Cordeiro

Terça, 27 Março 2007
Nasceu do caos aquilo a que hoje chamamos União Europeia.
Num continente física e economicamente destrocado pela II Guerra Mundial, desenhava-se a repartição dos despojos entre as duas potencias emergente, Estados Unidos e União Soviética, já que a presença britânica em Ialta foi pouco mais que simbólica.
A base do tratado de Roma, cujo cinquentenário se comemorou no passado domingo em Berlim, foi a Comunidade Económica Europeia do Carvão e do Aço (CECA), ideia lançada pelo ministro francês Robert Schuman e criada, em 1951, pela Alemanha, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, França e Itália.
Tendo por escopo a questão da produção de material bélico, colocava as industrias pesadas do carvão e do aço dos países signatários sob uma autoridade comum, firmando o compromisso de nenhum desses países fabricar armamento de guerra para atacar os restantes, como sucedera no passado.
Foram os países que em 1951 criaram a Comunicade Económica do Carvão e do Aço (CECA) que, em 1957, aprofundando a ligação existente e alargando-a a ao sector económico, preconizando a livre circulação de pessoas, mercadorias e serviços, criaram a Comunicade Económica Europeia.
Como se alcança dos tratados referidos, o que motivou os estados signatários foi a ideia de paz, estabilidade e prosperidade.
Ora, decorridos que são cinquenta anos sobre a outorga do Tratado de Roma podemos afirmar, sem qualquer margem para dúvidas que, no que se refere à paz, o objectivo do tratado foi totalmente atingido.
Com efeito, depois de duas grandes guerras mundiais, num espaço de pouco mais de 20 anos, a Europa conhece agora o mais longo período da sua história sem registar qualquer conflito bélico.
Só por este resultado já teria valido a pena.
Contudo, outros objectivos do Tratado de Roma foram alcançados.
A Europa conheceu nestes últimos cinquenta anos um período de prosperidade sem precedentes.
A par, a Comunidade Europeia foi abrindo as portas a novos aderentes, entre os quais Portugal, sempre num espírito de solidariedade que vem marcando o processo de integração de quem entra.
Os Portugueses conhecem, por experiência própria, que o país está hoje infinitamente melhor do que se encontrava em 1986, data em que Portugal aderiu à comunidade pela mão de Mário Soares.
A Europa enfrenta, no entanto, novos problemas, muito por força da globalização da economia e aos quais não pode ser dada resposta eficaz sómente através da acção exclusiva dos Estados-membros.
Importa, por isso saber, se o modelo institucional de 1957 se compagina com a enorme diversidade e heterogeneidade em que vivemos.
Daí que os estados-membros, reunidos em Berlim, tenham acordado ser necessário, até às eleições para o Parlamento Europeu de 2009, dotar a União de uma base comum e renovada.

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