Colaboração da :
Crónica de 6 de Março de Domingos Cordeiro
Terça, 06 Março 2007
O regresso estava anunciado há muito.
Aconteceu na passada quinta-feira, no Centro Cultural de Belém.
Ali e perante forte cobertura mediática o pais ficou a saber que Paulo Portas regressava à politica.
Ele, que desde a noite eleitoral de 20 de Fevereiro de 2005, dia em que se demitiu de líder do CDS, nada mais fez a não ser politica.
Para quem se lembra daquele acto eleitoral, sabe que por Paulo Portas foram traçados para o mesmo, os seguintes objectivos:
a)Manter o CDS como terceira força politica;
b)Impedir a maioria absoluta do Partido Socialista
a)Atingir a barreira dos 10% e, consequentemente, aumentar o seu grupo parlamentar;
Conhecidos os resultados, o que resultou para Paulo Portas foi uma tremenda derrota já que todos os objectivos por si traçados falharam.
Com efeito,
a)O CDS foi a quarta força política mais votada;
b)O Partido Socialistas obteve uma maioria absoluta;
c) O CDS obteve sómente e 7,2% dos votos expressos e perdeu 2 mandatos, ficando o seu grupo parlamentar reduzido a 12 deputados.
Paulo Portas abandonava, assim, a liderança do CDS deixando-o entregue á sua sorte, desligando-se desta forma e o mais breve possível que pode, da maior derrota alguma vez sofrida pela direita portuguesa.
Agora, que se lhe afigura que os portugueses se poderão ter já esquecido da sua fuga ás responsabilidades partidárias e daquilo que foi o seu papel de governante enquanto Ministro de Estado e da Defesa e das promessas não cumpridas feitas, nomeadamente, a pensionistas e ex-combatentes, eis que temos Paulo Portas de volta.
Os motivos justificativos apresentados para este regresso são, entre outros, os seguintes: o Governo precisa de oposição, a oposição precisa de liderança, e o CDS precisa de mudança.
Acresce que, no dizer de Paulo Portas, há um problema geral com a credibilidade da oposição de centro-direita.
Pelo que anuncia, não se vê já no papel de quem se candidata á liderança do CDS mais antes no de líder de toda a direita no seu conjunto.
Não estanha, por isso, que no seio do PSD as águas se comecem, também, a agitar.
Dito isto, a recandidatura de Paulo Portas à liderança do CDS poderá levar a mais uma série de piruetas ideológicas, em que ele é tão pródigo.
O prenúncio disso mesmo é o facto de vir agora defender eleições directas para a escolha do líder do CDS quando é certo que, no passado, sempre criticou este método de eleição por o considerar desadequado aos partidos de direita.
Resta saber como irão reagir os militantes do CDS na hora de escolher entre Paulo Portas e Ribeiro e Castro.
È que se no momento de votarem se lembrarem que a obstrução sistemática à liderança de Ribeiro e Castro tem vindo de Portas e do grupo sobre que exercer influência, facto nada edificante para o CDS e para a vida politica portuguesa, pode bem acontecer que “ o seu regresso” não seja “um passeio na avenida” como parece fazer crer.
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