domingo, 4 de março de 2007

COMENTÁRIOS EM PÉ DE PÁGINA - RUBRICA DE ANTÓNIO BERBÉM

Posições Rápidas

1. Por esta vez vamos afirmar para a seguir nos entendermos, que muito mais importante do que alinharmos todos do mesmo lado e estar sempre a favor “do politicamente correcto”, seja em que autarquia for e desde que nelas se pratique uma vivência pluralista e democrática, é termos o direito de contestar e o dever permanente de exercer a liberdade de expressão.
Efectivamente, a liberdade só faz sentido quando é usada, não sendo por isso aceitável em Portugal qualquer mecanismo de censura prévia ou a posteriori. Directa, encomendada ou indirectamente exercida.
Não podemos cair na armadilha de ceder aos nossos próprios medos e atrasos.

2. Felizmente hoje em dia, são cada vez mais alargados os campos em que podemos exercer a cidadania, reflectindo-se em regra o seu bom exercício em três níveis:
(a) o das Liberdades cívicas equivalentes ao uso pleno dos direitos individuais de crítica;
(b) as liberdades políticas que se traduzem no exercício de direitos eleitorais;
(c) o das liberdades sociais que se relacionam com a assistência social, o emprego, a qualidade de vida , etc.

3. Acrescentam-se duas variantes actuais da Cidadania. A chamada Cidadania cultural, coincidente (no nosso caso) com a participação aberta no blog do Alando al e a Cidadania inalienável da Nascença e da Vizinhança.
Qualquer um de nós que tenha nascido entre “o Al-Kalate e as Eiras”, percebe bem o que isto representa em termos de pertença e de ligações afectivas à Vila pelo que não devemos ser vistos apenas como espectadores passivos e acríticos de tudo o que é tardiamente decidido. Quase como se fosse um mandamento imposto…que também pagamos.
O galo das laranjeiras arrasadas, determinadas ocupações e arranjos das Ruas, mostram bem com o que não se pode pactuar.

4. Aceite e praticada esta tomada de posição com trânsito nos dois sentidos, e desde que sejam observadas as regras normais da boa educação, bom senso e bom gosto com óbvia recusa dos anonimatos, podemos elogiar, discutir ou criticar as opções e os caminhos Cruciais que a Autarquia vem, aqui e ali, percorrendo. É a melhor maneira de sermos Alandroalenses. Com a razão, o coração e com um acrescido empenho. O que já é muito.

5. Por isso ousamos dizer que o Alandroal deve Reinventar em permanência as abordagens ao presente e ao seu futuro e deve, além disso, poder confrontar o protagonismo dos autarcas eleitos com o que prometeram, vão fazendo e os desvios ao ideário, interesses e programas que os elegeram.

6. Dito isto, somos levados a concluir que a Autarquia alandroalense, precisa como muitas outras autarquias do país de executar algumas ideias prementes para a sua própria transformação. E precisa de oferecer a todos os alandroalenses, o melhor. Ou seja, precisamos de viver o futuro com menos dificuldades, mais abertura, ousadia e optimismo inovador.
Não é com os oportunismos dos que gozam o prato e se acomodam que se muda. Ou mudamos ‘a Marca evidente’ daquilo que nos rodeia.
“É preciso de vez em quando arriscar. O risco é mesmo o segredo disto” sustentou… ora, imaginem, quem havia de ser?... Precisamente J. Sócrates num colóquio do Clube Parlamentar do PS sobre “a transformação da política na era da globalização”. A alternativa acrescentou: “é a política kitsch, perfeitinha”.
Por outras palavras, haverá governos nacionais ou locais fortes e criativos sem debate e oposições à altura?

António Neves Berbém
Mar. III/MMVII

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