segunda-feira, 5 de março de 2007

AO CORRER DO TECLADO

UMA PERGUNTA, COM MIL SENTIMENTOS!

Será legítimo colocar aos portugueses a seguinte questão? – Portugal está bonito?
- A um qualquer transeunte no campo ou na cidade, na fábrica ou no gabinete, a dificuldade será sempre a de obter uma resposta franca, séria e concisa, parecendo a pergunta caricata ou até mesmo uma conversa de miúdos, no entanto parece ser de estrema importância a verificação de contraditos nas afirmações de cada pessoa, no que se refere ás atitudes ternura e amor, de oportunismo, de despeito, de ignorância, do altruísmo, do bairrismo e Municipalismo, de descrença, de clubismo e partidarismo ao nacionalismo, chegando ao deixa para lá… porque em democracia, eles sabem e podem tudo.
- O regabofe dos sentimentos que em português proliferam, cada um tem interiorizado um sentimento de codificação diferente, no que respeita ao país onde nasceu, confesso que eu próprio não saberia responder linearmente, se a pergunta me fosse colocada de chofre, daí todo o interesse na possibilidade se poder saber com mais exactidão, a opinião dos portugueses, forma de exteriorização daquilo que á partida seria uma resposta fácil, daquilo que queremos, o que sabemos e pensamos, o que defendemos maioritariamente, só assim podermos escolher os caminhos futuros da estagnação ou do progresso.

- Sem muitos formalismos e tratamentos de preparação, o Zé começa de quando em vez a reclamar e a olhar descontente para aquilo que o rodeia, até mesmo para o vizinho da frente 1ºEsq sem se conhecerem por vezes, outro tanto para a linha de fronteira, no outro lado, onde tudo parece correr melhor e mais em conta para a algibeira, mais airoso e contente, enquanto os problemas deste lado são arrastados até ao limite e por vezes de incongruentes desfechos, dando azo a descrença e interpretações errantes.
-A desconfiança verifica-se por todo o lado, a burocracia e as taxas onde o Estado e seus servidores vêm em cada indivíduo um infractor, a imagem do Doutor de bancada a quem se dá tempo de antena, ainda que até seja rival de partido mas, seu amigo e colega na empresa X que, por sua vez até gosta dos nortenhos ou dos Alentejanos, diferindo pela mania de que, a galinha do meu vizinho é um animal super bom e só com disfarce dirá ser seu amigo, o desdém com que as pessoas são vistas mede-se pela conta bancária e por isso mesmo estaremos na presença de inimigos a liquidar.
- O orgulho e a vaidade pela sua terra, pelo seu concelho, pelo seu país, quase sempre se adquirem na formação do carácter enquanto jovem ou então, pela proximidade e afeição a familiares e amigos, onde se inclui também a saudade, o projecto de vida realizado, onde conceitos que nada têm a ver com a pobreza são imunes, a realidades de familiaridade ou de proximidade.
- Se Portugal está bonito, certamente ninguém responderá apenas numa frase, pois o verbo estar bonito é composto, e de variadíssimas interpretações, é de difícil consenso, visto que embelezar também se poderá fazer de muitas maneiras, veja-se que se poderá tornar feio aquilo que outros consideram bonito, sendo o caso mais visto o da manutenção da jardinagem nos vários municípios, onde se consomem rios de dinheiro em prol dessa bondade e do ambiente também das cidades.
- Para um leigo na matéria como eu sou, sabendo que as Edilidades até dispõem de técnicos especializados para o efeito, nunca consegui saber qual a razão da existência de árvores em escolas e recantos urbanos, onde se liberta goma, onde se liberta esporos que provocam alergias e por fim… porque se planta árvores caducas e não outras, sabendo-se que o suporte da manutenção e limpeza, serão de longe mais elevados.

- Tenho a certeza que D.Afonso Henriques como pessoa proeminente na nossa história de Portugal, e por sinal, um digno Patrono do Exército Português, tenha recebido este Estado, neste estado, não acredito no mito do coisa nenhuma que nos invade e tudo deve ser posto em causa ao mesmo tempo, penso que genericamente apenas teremos o orgulho histórico que nos une e pouco mais, se forem considerados outros indicadores a maioria responderá que isto está mesmo feio, sendo a análise dos antepassados que predomina e vez da visão dos tempos que correm.
- Os motivos desta apreensão quanto a beleza, é ofuscado por motivos de politica e interesses, pela instrumentalização da coisa cívica, o incumprimento da palavra dada, as manobras do diz que disse quando é interessante e, o seu inverso ao mesmo tempo, dando um aspecto do salve-se quem puder e, o amanhã logo se vê.
- Esta difícil temática, longe de se mostrar conclusiva, daria um bom pretexto para um raciocínio alargado, sendo impossível de o manter momentaneamente nesta sociedade de sabichões, pela desconfiança generalizada implantada no seu seio, donde se distinguem muitos vértices principais que defendendo o seu terreno, dificultam a credibilidade esbanjando ideias miraculosas e ratoeiras e jogos infernais, onde muitos sem saberem ler nem, são culpados e quando apanhados na teia, blasfemam e memorizam, em sentido crítico com a mesma legitimidade.

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