segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

CRÓNICAS DE OPINIÃO DA RÁDIO DIANA/FM

A colaboração da:

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Guerra ou Paz?
José Faustino


Segunda, 12 Fevereiro 2007
Se perguntarmos à maioria das pessoas se o mundo se encontra em guerra ou em paz, estou convencido, que a maioria responderá: em Paz. Não o farão, todavia, sem primeiro pensarem um pouco e quanto maior for o tempo de reflexão maiores serão as duvidas sobre a resposta.
Ao pôr esta questão a mim próprio, e depois de uma profunda reflexão, não posso deixar de ter outra resposta que não seja a de que o mundo se encontra em guerra.
Penso que há duas razões que levarão a maioria das pessoas a responder: paz. A primeira será por comparação com as duas guerras mundiais anteriores e a segunda será pelo profundo sentimento de se desejar a paz.
Mas não é por se desejar muito qualquer coisa que se altera a realidade e, na verdade, se observarmos com atenção e desapaixonadamente os últimos anos veremos que o mundo se encontra em guerra. Não é uma guerra clássica como aquelas que viveu a humanidade na primeira metade do século passado. Não estamos perante uma guerra onde os exércitos conhecem as posições do inimigo e onde se confrontam com ele de forma bem visível.
O actual estado de coisas também não pode ser confundido com o período de guerra-fria, que já vivemos, em que a paz se mantinha pelo equilíbrio bélico e estratégico entre as duas super potências de então.
Actualmente vivemos uma situação de guerra de facto, uma guerra de guerrilha, e consequentemente de terror, onde uma das partes não conhece com exactidão os contornos, nem a localização do inimigo.
Os ataques às Torres Gémeas de Nova Iorque e ao Pentágono marcaram o início desta guerra. O Afeganistão, o Iraque, o Médio Oriente, Londres, Madrid ou Índia são apenas locais onde se travam as batalhas desta guerra. Nesta guerra, a maior parte dos alvos não são militares, são civis e o objectivo é matar o maior número possível de inocentes.
Nesta, como em todas as guerras, há também sempre quem, do lado contrário, apoie e defenda o inimigo, só que dantes, noutros conflitos, isso era pouco importante. Hoje, com a globalização da informação e com a rapidez da difusão da mensagem, o caso é muito mais sério. Essa gente, a quem dantes se chamavam traidores, usa de forma dissimulada a comunicação para influenciarem a opinião pública. Uma parte significativa do combate também se trava na comunicação social.
É perante este estado de coisas que cada cidadão tem de estar particularmente atento e saber distinguir a informação verdadeira e objectiva da opinião e, especialmente, da propaganda.
Muitas vezes é difícil perceber a realidade e formar uma opinião correcta sem estudar bem a diversa informação disponível e sem, inclusivamente, fazer algumas extrapolações.
Sem querer ser alarmista, lembro que nesta guerra o inimigo pode conviver connosco diariamente, sem que nos apercebamos.
Infelizmente, esta guerra ainda agora está no princípio e está para durar, felizmente, ainda não entrou na sua pior fase. Observando o evoluir da escalada nuclear da Correia do Norte e do Irão poderá adivinhar-se o que nos espera.

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