domingo, 25 de fevereiro de 2007

COMENTÁRIOS EM PÉ DE PÁGINA - RUBRICA DE ANTÓNIO BERBÉM

Velhos e Novos Alandroalenses

1.Na actualidade e face a determinados comportamentos que se vêm salientando e vendo, já não dá para acreditar que o Alandroal seja uma Vila cujos servidores locais se apresentam angelicamente cheios de virtudes. Não há países, nem vilas nem servidores assim. A ética não é, como sabemos, a primeira das virtudes de um qualquer velho, repetido ou novo agente político.
Sem que daqui venha mal ao mundo, Fomos como terra, um hospitaleiro cais de chegada e um lugar bonito aonde alguns arribaram e quem sabe, porventura em crise de identidade, para em seguida alcançarem e exercerem todas as vantagens do poder. O que em democracias abertas é, de resto, absolutamente legítimo.
A partir daqui houve que ir fazendo, com político e normal empenho, as obras e os melhoramentos urbanos que estas Vilas, de facto, desde há muito precisavam. O que não deve agora significar que os munícipes, sejam em todas as circunstâncias, serventuários, acríticos e reverentes face à intervenção local e ao compromisso constitucional de renovação política dos que assumiram representar-nos e governar.
De facto, as autarquias precisam cada vez mais de se responsabilizar no papel e nos actos de bem governar do que estar muitas vezes longe viajando para fora (e ausentes) de si próprias. Vide o caso extremo de Lisboa.

2.Assim, em traços gerais, um dos contributos que a autarquia poderá dar como bom exemplo autárquico, relaciona-se com uma postura executiva consensual que jamais deixe de evidenciar pelo menos duas vertentes principais:
(a) a inspiração necessária para trabalhar em projectos estruturantes e consequentes de desenvolvimento global do Concelho; sem tanto viajar e com a coragem de contar ao espelho, a concreta aplicação dos sucessivos protocolos, não omitindo eventuais fracassos. Pergunta-se, Autarquia pobre viaja muitas vezes em low cost?
(b) a maturidade democrática e a consciência das forças e fraquezas próprias para, em seguida, estimular e arrancar para objectivos e projectos conjuntos aglutinadores das várias forças locais.

2. Neste contexto, pode dizer-se que (idealmente)o novo alandroalense, é aquele que sem deixar de ter verdadeiro orgulho na terra onde nasceu, já assumiu que deve coadunar as suas atitudes com posições que ultrapassam interesses inconvenientes, evoluindo para atitudes supra partidários de defesa dos interesses das populações concelhias e da Vila que representam.
3. Os novos Alandroalenses se o quiserem ser, devem reconhecer que o Bem estar social e a Cultura não significam unicamente promover todas as viagens a todos os sítios possíveis, descurando outras áreas e interesses sociais igualmente relevantes.
4. O novo Alandroalense, deveria também reconhecer que é, em si mesmo, tanto como naqueles que se envolvem criticamente que está a única hipótese real de desenvolvimento e crescimento autárquico. Desafiando os que possam ajudar a sustentar e concretizar estratégias e projectos com futuro. Fiáveis e abrangentes.
5. Em síntese, é dos livros que uma ideia (e próximo conceito) de novo Alandroalense, não passa pela perpetuação das pessoas com os mesmos interesses repetindo cargos de poder autárquico.
Nem a Constituição o permite nem a Democracia pode ser construída desta maneira. Nem pode ser vista apenas como um acto de instalação política e material, para aceitar figuras de sala ou de salão que insistem em exibir ainda que, por procuração, os favores de fátuos poderes indevidos e despropositados.

António Neves Berbém
Fev. XXIV/MMVII

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