terça-feira, 9 de janeiro de 2007

POETAS POPULARES DO CONCELHO DO ALANDROAL

Companheiro não te dividas
Tudo está na tua mão
Só a roldana e corda unidas
Vão erguendo a construção.


Há tanto tempo atrasado
Que se fala em liberdade
Mas não nos deram metade
Do que se tem apregoado.
Tanta gente tem lutado
P´ra melhorar as nossas vidas
Estas quadras são erguidas
P´ra manter a minha luta,
P´ra acabar a massa bruta
Companheiro não te dividas.

Pensa bem, trabalhador
No suor do dia a dia
Tinhas muito mais alegria
Se te soubessem dar valor.
Trabalhamos o tempo que for
Para melhorar esta nação
Se tivesses melhor condição
Tu não ias para o estrangeiro,
Junta-te a nós companheiro
Tudo está na tua mão.

Eu recordo com rancor
Tristes anos que passei
Quantas palavras citei
Choradas de pena e dor.
Quando não havia amor
Só crueldades seguidas
Não tenho as esperanças perdidas
Ainda temos uma raiz,
P´ra construíres este país
Só a roldana e corda unidas.

Tu não temas em falar
Expande a tua natureza
Vou-te falar com franqueza
Nunca te deixes pisar.
Não vás o braço quebrar
Às vozes de um patrão
Não lhe prestes atenção
Mostra-te sempre valente,
Porque só homens como a gente
Vão erguendo a construção.

António José Ramalho Veladas (Manguito)

Sem comentários: