quarta-feira, 8 de novembro de 2006

REGRESSO AO PASSADO

Histórias que se voltam a publicar no Blog Alandro al

MAU OLHADO

O BARROTE, era empregado de balcão na loja do COMICHOSO, por sinal a loja mais frequentada da Vila. O BARROTE, gostava de lhe empinar os seus copos, e volta e meia deixava-se enrolar ou pelo branco ou pelo tinto. O BARROTE, era pobre e a sua habitação, não tinha as melhores condições: casa de banho não havia, e para ir para o seu quarto tinha que passar pelo dos pais.
Numa noite de copos na Taberna do ZECA, o amigo BARROTE, chegou-lhe demais, e quando se foi deitar, pé ante pé, para não acordar os pais que já dormiam a sono solto, fez o mínimo barulho, até para não saberem as horas tardias a que chegava a casa como também para não verem o estado em que vinha.
O pior é que depois de estar já em vale de lençóis, o vinho resolveu armar uma briga com o que tinha comido, e o local da briga não podia ser outro senão o estômago do desgraçado. Voltas para aqui, voltas para ali, a cabeça também achou por bem interferir, e o tecto começou a andar à roda. Bem, vou vomitar, pois se não ponho tudo cá fora, já sei que isto nunca mais acaba. Se vou ao quintal, tenho que passar pelo quarto dos meus pais e isto vai ser bonito, se vai para o chão ainda pior, Aí meu Deus? Mas a salvação estava ali, mesmo debaixo da cama, o penico, pois concerteza… vai tudo para o penico, e amanhã deita-se fora e ninguém fica a saber.
O amigo BARROTE, agarrou no cujo dito, enfeixou-lhe a cabeça em cima, tapou-se com o lençol e pronto. Só que a briga no estômago parou, e o nosso amigo ferrou a dormir.
De manhã, quando acordou e se foi pentear ao espelho, tinha um círculo desenhado na cara, redondinho, redondinho como as bordas do penico.
Por vontade dele nesse dia não ia para balcão…mas os pais é que não foram na conversa, até para que te sirva de emenda.
Nesse dia a loja do COMICHOSO, esteve sempre cheia com pessoal que queria ver o BARROTE, mais a mais que a VELHA AMÉLIA, jurava a pés juntos que aquilo tinha sido obra do Diabo, ou então MAL OLHADO.

Saudações Marroquinas
Xico Manel

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