Quinta, 27 Outubro 2016
O senhor Schäuble é, como se sabe,
ministro das finanças de um estado independente. O senhor Schäuble tem direito
a ter as suas preferências políticas, ainda que se trate da política de outros
estados independentes.
O senhor Schäuble, pode fazer coro com outros políticos de estados
independentes e anunciar a vinda dos diabos que entender, se não se renderem às
suas inevitabilidades.
O senhor Schäuble, pode achar que o
sucesso de um governo se mede pela sua capacidade de empobrecer os seus
concidadãos e, por isso, pode elogiar o governo que não está em funções em
qualquer estado independente.
O senhor Schäuble, pode lançar avisos a
um ministro das finanças de outro estado independente e tornar públicos esses
ralhetes ditos em privado.
Admitindo que tudo isto pode o senhor
Schäuble, teremos que admitir que outro senhor qualquer pode fazer o mesmo ao
senhor Schäuble, se não se colocar de cócoras e abdicar da sua condição de
ministro de um estado independente.
Apesar do demo ainda não ter decidido
aparecer e levar para as profundezas do inferno o governo de que o senhor
Schäuble não gosta, estas opiniões ditas em fóruns internacionais, amplificadas
pela magnífica, isenta e independente comunicação social, tem consequências
para o tal estado independente e o senhor Schäuble sabe disso.
Só há uma forma de nos vermos livres do
senhor Schäuble e dos seus discípulos, mas para isso é urgente e necessário que
nos preparemos para sair do seu jugo. É necessário que se discuta abertamente
para que serve e a quem serve este projecto de integração capitalista que é a
União Europeia e se é esse caminho que queremos seguir.
É preciso dizer ao senhor Schäuble que
não tem, literalmente, voto nesta matéria e que é o povo desse tal estado
independente que decide do seu destino, quer seja ou não do agrado da sinistra
figura.
Como alguém costuma dizer, vergarmo-nos
aos ditames do senhor Schäuble e prosseguir um caminho de progresso é uma
contradição insanável. Chegará o momento clarificador em que a opção terá que
ser entre estes dois caminhos e aí não será mais possível conciliar o
inconciliável.
Até lá teremos o senhor Schäuble a ditar
qual é medida do sucesso de uma política. A dizer que gosta mais deste ou
daquele governo, que prefere que se ataquem rendimentos do trabalho e direitos
sociais porque esse é o caminho do reino dos céus.
Até para a semana
Eduardo Luciano
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