O dia 14 dos namorados aconteceu há pouco. Perguntei a
um amigo mais jovem o que tinha oferecido à namorada. Disse-me que tinha sempre
um grave problema neste dia de São Valentim e que não sabia como resolvê-lo. As
namoradas, sim, no plural, quatro ao todo, eram exigentes em relação às prendas
comemorativas deste dia e que, por isso, a fazer a vontade a todas elas, lá se
ia a mesada completa e teria ainda de fazer um crédito bancário. Assim, esperou
discretamente, e à pesca nos Minutos, que o dia se esgotasse e, a 15, marcou um
cafezinho com uma de cada vez, para se desculpar do terrível esquecimento.
Sempre lhe saiu mais barato.
O corajoso Valentim, preso e condenado à morte pelo
imperador Cláudio (segundo reza a lenda) por realizar casamentos em segredo e
contra a lei, nunca imaginou os problemas que ainda iria causar a este jovem,
18 séculos depois. E quando as quatro raparigas descobrirem o que têm em comum…
vai sobrar para o pobre moço. Ora, se vai.
João Luís Nabo
In "O Montemorense", Fevereiro de 2019
João Luís Nabo
In "O Montemorense", Fevereiro de 2019
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