RUI MENDES
AGUARDAR PELA PRÓXIMA DÉCADA
A
acreditar pelo optimismo dos nossos governantes vamos “entrar numa época de
ouro”.
Para tudo se aponta uma data para estar resolvido. Naturalmente
que a solução acontecerá sempre daqui a alguns anos. As coisas demoram o seu
tempo a ter uma solução.
Ficámos a saber pelo Programa de Estabilidade apresentado pelo
governo que nova descida de IRS só acontecerá em 2021, ou seja, assume-se algo
para um próximo governo “cumprir”. Quer isto dizer que as taxas praticadas se
manterão em 2019 e 2020.
Para quem tanto defende a redução dos impostos sobre o trabalho
até nem está mal. Como em tantas outras coisas o governo defende uma coisa e
pratica uma outra. É o que temos.
Ainda recentemente, no passado mês, um estudo apresentado pela
Comissão Europeia concluía que a reforma do IRS anunciada em 2017 pelo actual
governo, e que se encontra a ser aplicada, agrava as desigualdades entre ricos
e pobres.
O estudo analisou cada uma das medidas que tiveram o seu início de
aplicação em 2018, concluindo que existe actualmente uma distribuição de
rendimentos mais desigual. Algo que assim se tenderá a manter.
O que interessa a este governo é recolher imposto e mais imposto.
Diremos que está no seu ADN.
O anterior governo quando foi “obrigado” a fazê-lo veio assumi-lo
e dizer porque o fazia.
A actual solução governativa bem soube criticar o “colossal”
aumento de impostos que nos foram aplicados em 2012, mas depressa esqueceu a
sua eliminação. Pelo contrário, governa ainda com uma maior carga de imposto.
Soube trocar impostos directos por indirectos e com isso os efeitos da carga de
imposto é menos perceptível ao comum dos contribuintes. Veja-se o exemplo do
ISP (Imposto Sobre Produtos Petrolíferos e Energéticos) em que o seu aumento já
é semanal.
Este governo aproveitou o contexto que havia sido anteriormente
criado, transformando algo que teria um efeito transitório para o ir mantendo
em definitivo.
Mas não desesperem, afinal já só falta um pouco mais de dois anos
e meio para chegarmos a 2021, e acreditemos que quando lá chegarmos haverá
condições para se reduzirem as taxas de IRS.
Acima de tudo tenhamos paciência.
Até para a semana
Rui
Mendes
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