A BANDA
DO ALANDROAL
Continuando a falar e mostrar a história do
Alandroal nas suas várias vertentes, hoje venho partilhar convosco alguma
informação e fotos ligadas à área da música, concretamente das Bandas
Filarmónicas que aqui existiram.
É antiga a tradição musical nesta vila alentejana, remonta aos 30/40 do Séc. XIX a criação da primeira Banda Filarmónica, que segundo o Padre Joaquim Espanca, terá sido a primeira a ser criada aqui nesta região alentejana.
O responsável pelo surgimento dessa Banda foi Joaquim Maria Morte (casou no Alandroal e teve 4 filhos e 9 netos), miguelista intransigente que se refugiou na vila do Alandroal para escapar à perseguição do Liberais (1834 a 1838)
A Banda Filarmónica do Alandroal, dirigida pelo eborense JMM, foi actuar a Vila Viçosa, tocando marchas fúnebres durante as exéquias fúnebres do Rei D. Pedro V, a 20 de Novembro de 1861 e também do miguelista, Tenente Coronel José Maria da Costa Fonseca Mexia a 21 de Maio de 1852 (também ele refugiado no Alandroal durante as perseguições do Liberais).
Durante o século XX, foram várias as Bandas que aqui foram sendo criadas até chegarmos à magnífica Banda que atualmente representa a nossa vila
António Jeremias Nabais
1 comentário:
OBS.
Regista-se, mais uma vez, a beleza documental deste conjunto de fotografias
sobre a Banda do Alandroal. De facto, a Banda, tem um longo passado repleto
de grandes momentos musicais e de sucessivas épocas consagradas à presença
e à intervenção musical e cultural na vida e Vila do Alandroal. Há mais de
um século que assim é!
Se, assim me o permitirem, vou acrescentar que sou bastante sensível a
esta recordação da nossa Banda Municipal, na medida em que "o meu pai"
aparece em duas fotografias perfeitamente visível e muito risonho. Para
ele,A Banda, em todas as suas dimensões, era um dos centros principais da
sua própria vida. Ensaiava,saía à rua,marchava,tocava a Requinta, dava
concertos, concentrava-se nas procissões, entrava em êxtase com o Hino
muito bonito de Nª Senhora da Conceição. A Banda era um seu segundo
filho.Como foi o seu segundo pai. Ali cresceu. Ali viveu.Ali morreu.
Falei aqui um bocadinho mais do meu Pai, como poderia estar e continuar
a falar de outros músicos da sua geração. Ou das gerações anteriores. Ou
ainda, das gerações mais recentes que continuam a manter a chama viva de
uma Banda que vem atravessando e faz,afinal, parte de todas as gerações
de alandroalenses.
Anote-se, por esta vez, e em justo abono da verdade que os poderes
públicos locais sempre apoiaram e vêm acarinhando a permanência da
Banda e da Escola de Musica que também a vem acompanhando formando
novas e capazes fornadas de músicos.
Postas as coisas assim, talvez ande a faltar uma Monografia mais
ampla sobre a Banda que fixe tanto o passado brilhante que já teve
quanto o futuro promissor que,por certo, continuará a ter.
A BANDA, a nossa BANDA,caros alandroalenses faz parte de todos nós!
E mais do que isso: todos temos na nossas memória o que, ontem,se
tocava por montes e aldeias do Concelho. Como vamos continuar a ter
no ouvido, o que hoje, esperamos que vá tocando nas mesmas ruas do
Concelho. Em nome do passado,do presente e do futuro.
É com toda a certeza, o melhor presente que a Vila soube dar a si
própria ao longo dos tempos.Assim como ainda é, a melhor dádiva com
que continuamos a presentear-nos actualmente. Em cada ano e por
cada geração que vai passando. É, podemos dizê-lo, uma das
obras e jóias mais perfeitas que todos, mas mesmo todos, os
alandroalenses soubemos apoiar e criar.
E vamos continuar a recriar!
Saudações
Antonio Neves Berbem
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