segunda-feira, 6 de março de 2017

RECORDANDO LOCAIS DA HISTÓRIA DE VILA VIÇOSA – Por Tiago Salgueiro

                                  ANTIGOS LAGARES DE AZEITE DE VILA VIÇOSA

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Casas do Buraco do Corregedo
Vila Viçosa teve, ao longo do tempo, uma significativa importância a nível da olivicultura. Desde a Idade Média que o termo de Vila Viçosa era conhecido pela existência de significativas áreas de olival, que produziam azeitonas de boa qualidade.
Nesse sentido, a produção de azeite era uma das atividades socioeconómicas de maior relevância.

Em 1890, existiam na localidade cinco lagares de azeite (que serviam também de azenhas para a moagem de cereais), nos seguintes locais:
Pelames (no caminho para o Largo dos Capuchos, onde estavam também localizadas quatro fábricas de curtumes)
Porto de Elvas (junto da Ermida de Nossa Senhora do Paraíso)
Azenhas do Paraíso (próximo do anterior)
Engenho de Ferro (no caminho para o Moinho de Papel)
Buraco do Corregedor (situado junto da Carreira das Nogueiras e da Rua da Cruz, era um dos lagares mais antigos, que pertencera a João Tomé, meirinho[1] de D. Teodósio II, sétimo Duque de Bragança e que foi feito prisioneiro, juntamente com o Duque, na Batalha de Alcácer-Quibir, em 1578).
Era o Ribeiro do Beiçudo que fazia mover todos os lagares mencionados nesta zona de Vila Viçosa.
Na zona do Rossio de São Paulo (atual largo D. João IV), existiam mais três lagares de azeite, no século XIX, mencionados pelo Padre Espanca. Eram movidos pelas águas do Ribeiro do Rossio. Este curso de águas era conhecido, no final do século XVIII, como o Rio das Sete Pontes (pontes essas que perduraram até ao final do século XIX).

Ermida de Nossa Senhora do Paraíso (junto deste local encontravam-se os lagares das Azenhas do Paraíso e do Porto de Elvas)
Rossio de São Paulo (A Ribeira do Rossio atravessava este espaço e aqui existiam três lagares no século XIX. Era também conhecida por Rio das Sete Pontes. Uma dessas pontes é visível na imagem)
                                                                                           Largo dos Pelames e Paraíso
FONTES CONSULTADAS
ESPANCA, Padre Joaquim José da Rocha, Memórias de Vila Viçosa, 36 cads., Câmara Municipal de Vila Viçosa, Vila Viçosa, 1983 – 1992.
Idem, Compêndio de notícias de Villa Viçosa: província do Alentejo, Typ. De Francisco de Paula Oliveira Carvalho, Redondo, 1892 (HG 13830 V.)
ESPANCA, Túlio Inventário Artístico de Portugal – Distrito de Évora, Zona Sul, vol. I, Academia Nacional de Belas Artes, Lisboa, 1978.





Tiago Salgueiro