POR UMA COMUNICAÇÃO SOCIAL PLURAL
Não
há Democracia sem verdadeira liberdade de informar e ser informado. Neste
sentido, a informação deve ser vista como um bem público, de livre acesso a
cada um e a cada uma de nós.
Uma das grandes
conquistas do 25 de Abril de 1974 foi a comunicação social livre e
independente. Infelizmente, ao longo dos anos, a liberdade e a independência
têm sido relegadas para segundo plano à medida que os grandes grupos económicos
foram tomando conta dos órgãos de comunicação social.
Também a nível local
e regional o pluralismo tem vindo a ser a vítima do estrangulamento das formas
de financiamento públicas. Sem formas de financiamento públicas, claras e
transparentes, a tentação de ceder a pequenos grupos de interesses em troca de
balões de oxigénio para sobreviver é muita.
Tenho o prazer de
colaborar numa rádio local que, apesar das dificuldades que com certeza
atravessa, sempre optou por fazer uma cobertura ampla e plural. Basta ver o
espaço dedicado a estas crónicas: cada dia uma crónica protagonizada por uma
pessoa, estando representadas diferentes sensibilidades político-partidárias.
Infelizmente, vai
sendo uma excepção este tipo de critério editorial. Basta abrir os jornais
locais ou ouvir outras rádios para vermos que são destinados os espaços de
crónicas a pessoas pertencentes a dois ou três partidos, curiosamente
pertencentes aos partidos que detêm a titularidade do poder local da zona
geográfica do âmbito de cobertura do meio de comunicação em questão. Da mesma
forma, as notícias selecionadas ou o destaque dado a estas apresenta critérios,
muitas vezes, pouco claros, demonstrando falta de pluralidade e isenção.
Infelizmente, o
empobrecimento da comunicação social local livre e plural representa
empobrecimento da região e da democracia. E vendo este empobrecimento não
podemos ficar calados.
Até para a semana!
Bruno Martins
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