segunda-feira, 6 de março de 2017

CRONICA DE OPINIÃO TRANSMITIDA HOJE NA RÁDIO DIANA/FM

                POR UMA COMUNICAÇÃO SOCIAL PLURAL
Não há Democracia sem verdadeira liberdade de informar e ser informado. Neste sentido, a informação deve ser vista como um bem público, de livre acesso a cada um e a cada uma de nós.
Uma das grandes conquistas do 25 de Abril de 1974 foi a comunicação social livre e independente. Infelizmente, ao longo dos anos, a liberdade e a independência têm sido relegadas para segundo plano à medida que os grandes grupos económicos foram tomando conta dos órgãos de comunicação social.
Também a nível local e regional o pluralismo tem vindo a ser a vítima do estrangulamento das formas de financiamento públicas. Sem formas de financiamento públicas, claras e transparentes, a tentação de ceder a pequenos grupos de interesses em troca de balões de oxigénio para sobreviver é muita.
Tenho o prazer de colaborar numa rádio local que, apesar das dificuldades que com certeza atravessa, sempre optou por fazer uma cobertura ampla e plural. Basta ver o espaço dedicado a estas crónicas: cada dia uma crónica protagonizada por uma pessoa, estando representadas diferentes sensibilidades político-partidárias.
Infelizmente, vai sendo uma excepção este tipo de critério editorial. Basta abrir os jornais locais ou ouvir outras rádios para vermos que são destinados os espaços de crónicas a pessoas pertencentes a dois ou três partidos, curiosamente pertencentes aos partidos que detêm a titularidade do poder local da zona geográfica do âmbito de cobertura do meio de comunicação em questão. Da mesma forma, as notícias selecionadas ou o destaque dado a estas apresenta critérios, muitas vezes, pouco claros, demonstrando falta de pluralidade e isenção.
Infelizmente, o empobrecimento da comunicação social local livre e plural representa empobrecimento da região e da democracia. E vendo este empobrecimento não podemos ficar calados.
Até para a semana!

Bruno Martins

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