Quarta, 30 Novembro 2016
No passado dia 25 de
Novembro comemorou-se o 30.º aniversário desde que o centro histórico teve a
mais alta classificação da UNESCO, no que ao património diz respeito. Ficando o
nosso centro histórico, por isso, a pertencer à Humanidade.
Na verdade, desde a classificação como património da
humanidade que a cidade de Évora tem vindo a ter uma procura turística sem par
na nossa história. Para termos uma ordem de grandeza a Capela dos Ossos, no ano
passado, teve mais de duzentos mil pagantes. A procura de dormidas em Évora
subiu consideravelmente. A restauração também teve um comportamento razoável.
Com efeito, o turismo
é um sector proeminente da atividade económica no nosso concelho, sendo esta
realidade incontornável. Por isso, deverá ser preservada e acarinhada por
todos. Tanto pelas instituições públicas e privadas, quer pelos eborenses e por
todos aqueles que aqui residem ou estudam.
A notícia dada lela
TVI no início desta semana, que, passo a citar: “Metade da cidade património
precisa de obras”, é uma realidade que todos conhecemos, mas que ainda não foi
enfrentada por quem tem, na linha da frente, de liderar o processo. Refiro-me,
como não podia deixar de ser, ao executivo camarário.
Compete, também, às
câmaras municipais zelar pela segurança e pela aparência dos prédios urbanos.
Tendo o centro histórico a qualidade de património da humanidade, mais essa
obrigação ganha dimensão. E não se trata só de um dever resultante da Lei. Há,
também, uma obrigação moral com aqueles que amam esta cidade.
Portanto, o executivo
camarário terá de liderar o processo que vise a inversão da degradação do
património existente no centro histórico. E, para isso, deverá chamar à solução
para este problema, as entidades públicas e privadas, direta ou indiretamente,
ligadas à propriedade do mesmo.
Por que se nada for
feito, para além dos problemas de segurança que possam estar envolvidos, a
classificação de património da humanidade compreende também deveres e
obrigações, e, assim, poderá ser retirada com consequências incalculáveis para
a cidade e para a nossa economia.
José Policarpo
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