quinta-feira, 13 de outubro de 2016

CINE CLUBE DOMINGOS MARIA PEÇAS

Nota prévia: - Um alerta do Álvaro José Ferreira (ajferreira) responsável pelo “Grupo de Amigos  do Lugar ao Sul”-  defensor  da boa música portuguesa -  aliada às artes e cultura - fez chegar ao nosso conhecimento o Blogue «Cidade Branca» da responsabilidade do Drº Egas Branco.
 Após visualização , não podemos deixar de recomendar uma visita ao mesmo - http://na-cidadebranca.blogspot.pt/ - e salientar a excelência dos temas abordados e a maneira como os mesmos são tratados.
Chamou-nos especial atenção a divulgação da matéria que diz respeito ao Cinema, um tema a que desde o início do Al Tejo dedicamos uma rubrica, homenageando um homem a quem muito o Alandroal (e não só), ficou a dever em termos de lazer e cultura e a que demos o nome de «Cine Clube Domingos Maria Peças».
Rubrica esta que começou por divulgar, primeiro em pósteres, mais tarde em traillers, os filmes em estreia.
Mais tarde, divulgando crónicas de Rufino Casablanca de filmes exibidos no Alandroal pelo Domingos Peças,  recentemente de Henrique Lopes, conceituado cinéfilo e com larga experiência de críticas cinematográficas no periódico Folha de Montemor.

De imediato, vimos nas considerações a propósito de filmes elaboradas pelo  Dr Egas Branco, a possibilidade de voltarmos a incluir no Al Tejo uma  página dedicada a todos os amantes da sétima arte, e ao mesmo tempo manter vivo o nome de Domingos Peças, retomando a rubrica Cine Clube.

Dirigimos o pedido de colaboração, solicitando permissão para transcrever as crónicas incluídas NA CIDADE BRANCA.
Amavelmente e de imediato, tal permissão  foi-nos concedida, o que muito agradecemos.
É-nos assim possível semanalmente retomar a rubrica de Cinema, agora com as sugestões/críticas de Egas Branco.
Permitimo-nos transcrever a terminar algumas considerações elaboradas pelo próprio e que constam no seu perfil de apresentação:

Nasci em 1938, na área metropolitana de Lisboa. Licenciatura Universitária na área técnica, que exerci. Quatro anos de SMO (a propósito, considero um disparate o seu fim). Casado. Reformado. Considero a Política uma das actividades sociais fundamentais. Voto à Esquerda, sempre (desde de 1969, sempre que me deixaram, apesar da repressão de então), porque não me sinto bem a viver num país, ou num mundo, onde o homem seja explorador do homem. A Cultura, como modesto apreciador, é para mim também fundamental na Vida – leitura, música, teatro e dança, cinema, fotografia, artes plásticas. Sou acérrimo defensor de Museus e Bibliotecas. Gosto muito de Desporto (e de o continuar a praticar, enquanto puder…). Algumas referências cinéfilas, já que o blogue se refere principalmente ao tema: além dos citados na lista das obras, são também cineastas preferidos, desde os clássicos, Stanley Kubrick (GBR), Federico Fellini (ITA), Akira Kurosawa (JAP), aos contemporâneos, Woody Allen (EUA), Pedro Almodóvar (ESP) e Emir Kusturica (JUG), embora o meu gosto seja universalista, à Georges Sadoul – Ozu, Mizoguchi, Ray, Yimou, Chahine, Kiarostami... Gosto do Cinema Português!
A propósito dos textos que se vão seguir:
Estes textos são uma mera justificação de gosto, dirigida em primeiro lugar aos amigos, e não são crítica de cinema, muito menos de teatro ou arte em geral... apenas representam o meu gosto em relação à obra em causa, e nunca uma apreciação global da sua qualidade, para a qual não me sinto com competência, além da subjectividade inerente.

                                       JULIETA, de Pedro Almodóvar

             BREVE NOTA SOBRE UM GRANDE FILME, "JULIETA", DE PEDRO ALMODÓVAR
 Longe vão os tempos do estilo frenético, que a crítica mais burguesa adorava, sob o qual se escondia já um grande realizador. 
O tempo veio dar-nos razão e é num estilo depurado que este grande cineasta nos oferece agora uma nova belíssima obra, comovente e brilhantemente interpretada, em que são os corações, através dos sentimentos, que batem por vezes descompassadamente
Almodóvar continua, a cada novo filme, a afirmar-se como um dos grandes autores do Cinema Contemporâneo. 
Não queria deixar de citar a propósito alguns filmes, além dos referidos na nota de propaganda ao filme abaixo transcrita, que considero brilhantes, desde a adaptação de uma obra uma grande escritora, Ruth Rendell, com os seus psicológicos e angustiantes romances negros, "Em Carne Viva" (1997), ao famoso ajuste de contas com a educação religiosa durante o fascismo, num duríssimo e por isso mal amado "Má Educação" (2004), e a um thriller intenso e excepcional, "A Pele Onde Vivo" (2011), para só citar os que mais agitaram a crítica, com a mais reaccionária obviamente a rejeitar completamente.
Adriana Ugarte e Emma Suárez, duas belíssimas actrizes, sob qualquer ponto de vista que as analisemos, são as duas interpretes da personagem principal, Julieta, quando jovem e em plena maturidade.
Nesta brevíssima nota não queria deixar de destacar que Almodóvar, uma vez mais, não deixa de ser muito crítico da sociedade em que vive, surgindo como elemento fundamental dos seu filme a medíocre e castrante mentalidade que a educação religiosa e o fascismo deixaram como herança no seu país, ou melhor, na Península. 
É uma crítica ideológica e portanto política, de que se trata. E tudo sempre com muita inteligência. Em conclusão, um grande filme a não perder!
"Um filme dramático sobre arrependimento e culpa que conta com argumento e realização de Pedro Almodóvar (“A Flor do Meu Segredo”, “Tudo Sobre a Minha Mãe”, “Fala com Ela”, “Má Educação”, “A Pele Onde Eu Vivo”) a partir de três contos de “Fugas”, antologia da Nobel da Literatura Alice Munro. Emma Suárez, Michelle Jenner, Darío Grandinetti, Adriana Ugarte, Rossy de Palma e Pilar Castro dão vida às personagens." 
(lido numa nota publicitária do filme)






5 comentários:

Anónimo disse...

Saudar desde já a volta do cineclube ao blogue. E avaliando pela amostra, certamente teremos qualidade nas crónicas.

Anónimo disse...

Já espreitei o blog "cidade branca". Há ali muito conhecimento (e não só de cinema),há também muita cultura e muita experiência de vida. E, sobretudo, muito modéstia. Deve o Francisco Manuel esforçar-se por manter a colaboração deste novo cronista. A ambos, ao cronista e ao blogue, endereço os meus cumprimentos.
JR

artemiso peças disse...

Antes de o mais;
O meu muito obrigado ao Blogue AL TEJO
na pessoa do Sr Francisco Tata e do Sr
Egas Branco pela retoma Cine Club DOMINGOS MARIA PEÇAS.
Bem hajam.
Artemiso Peças

Anónimo disse...

"Rio Bravo" este era o título dum filme de Howard Hawks.Datado de 1959. Passou no Alandroal aí por volta de 61/62. Nos casarões. Era verão, lembro-me bem, pois eu não teria mais de 12/13 anos. Ainda não ía ao cinema sózinho. Acompanhava o meu avô que já andaria pelos sessenta e tal. Éramos espectadores da geral e, como tal, teríamos que levar cadeira. Ele, o meu avô, sofria de asma, doença crónica, que uns anos mais tarde, poucos, o levaria. E lá ia eu, troteando atraz do velho, carregando uma cadeira articulada para ele se sentar. Eu, com dificuldades acrescidas porque a cadeira não era objecto fácil de transportar para um puto que mal acompanhava as passadas do mais velho, pagante dos bilhetes. O meu assento seria junto da restante gaiatagem na gaiola da fossa. Mas que raios, o que eu queria era ir ao cinema. Ficou-me daqui (desta e doutras), esta manía do cinema, vejam bem. Entre outras coisas, o meu avô, deixou-me este vício do cinema, vício profundo, semelhante ao dos cigarros, que, passados cerca de sessenta anos, ainda se mantêm. Do filme não irei falar, embora o tenha bem presente. Este apontamento apenas pretende salientar que foi o Senhor Domingos Maria Peças que passou esta fita no Alandroal. E manifestar a minha satisfação pelo retomar do do CineClube neste blogue.

Um cinéfilo anónimo

Anónimo disse...

(atrás...)

O Revisor, também satisfeito com o regresso de Cine/Clube.

Boas películas!