Sexta, 14 Outubro 2016
Portugal em 2017.
Previsão do crescimento da economia em
2017: 1,5%. Este ano prevê-se que a economia irá crescer 1,1%. Em 2015, ano de
eleições, com as preocupações que essa circunstância cria nos agentes
económicos, a economia cresceu 1,6%.
Previsão da redução do
défice em 2017: 1,8% do PIB, sabendo-se que a meta estabelecida no início da
governação seria de redução em 2017 de 1,4%. Quer isto dizer que iremos fazer
um esforço por um período maior. Ou seja, a austeridade veio para ficar.
Era presumível que o agrupado de medidas
tomadas criasse abrandamento da economia.
Os efeitos parciais, em 2016, da descida
do IVA na restauração, do acréscimo de encargos salariais decorrentes do
horário das 35 horas, da reposição das reduções salariais na administração
pública, serão totais em 2017.
Se aqueles somarmos o conjunto de outras
medidas que serão aplicadas em 2017, tais como o aumento das pensões e o termo
da sobretaxa, esta última vem sendo anunciada quase todos os dias, ainda que
sejam aplicadas de forma gradual, originarão custos que terão que ser
suportados por outras medidas de lado da receita.
Um orçamento discutido na “rua” para que
os eleitores conheçam o que cada um defende. Ou melhor, o que cada um quer
fazer crer que
defende. Porque no final não deixará de
sair um orçamento de austeridade com o apoio de todas as forças que apoiam o
governo que, paradoxalmente, não aceitam a dita austeridade.
É um orçamento a três (ou a quatro de
quisermos) pelo que cada um terá que “cunhar” algumas das medidas. Nem poderia
ser de outra maneira. Mas venham elas a ser aceites ou não pelo executivo a
aprovação do orçamento estará assegurada.
Terá certamente o mesmo apoio que teve o
do ano anterior.
Ao aprovarem o orçamento apoiam todas as
medidas que nele estão inscritas e são todos eles co-responsáveis.
Nenhuma das forças politicas que apoia o
governo tem condições para não aprovar o orçamento. É que os votos custam a
ganhar, mas perdem-se facilmente. Ninguém espera, e não se quer uma crise
politica.
O certo é que 2017 poderá ser um ano
socialmente mais tranquilo, ainda que de forte austeridade. Diga-se o que se
disser.
Ainda assim, acantonaram-se os
sindicatos e outras forças que no passado recente num contexto mais difícil,
porque estávamos sob o programa de ajustamento, se insurgiam sem se explicar
muito bem ao que vinham. Os tempos eram outros. O que importava era criar
ruído.
Mas estejamos hoje atentos ao que nos
trará o OE/2017.
Até para a semana
Rui Mendes
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