terça-feira, 14 de junho de 2016

ORBITAS DA TORRE DO RELÓGIO - Rubrica de A.N.B.

                  I Orbitas externas
Escrito nas vésperas da entrada lusa em cena, em França, e visto da orbita externa da Torre do Relógio, o que domina  é  o Euro. Tanto no que se refere ao cacau. Como o que se atribui ao futebol. As duas coisas juntas, andam diariamente bastante intensas.



Por este andar, ficamos também com a impressão que, se Cristiano Ronaldo der um espirro, o país estará imediatamente constipado.
E se, Quaresma der um peido, Portugal, poderá estar de caganeira.
Pese embora os golos magníficos que afinal nem o Ronaldo consegue inventar.
Por outras palavras, e se esta leitura estiver correcta, digamos que o país entrou numa de «futebolização excessiva». Isto como se o futebol não fosse uma “nova industria” com grandes negócios, protagonizado por empresários manhosos que fazem tudo para  irem esmifrando os clubes e as massas associativas…e o país.
Diria mais: temos a convicção que a única coisa que se vai aproveitando, no futebol, é a bola. E, de certa maneira, os jogadores quando estão dentro das 4 linhas a disputarem os jogos.
É claro que “os estados e governos” também entram neste jogo e a pretexto de um qualquer «patriotismo de emoções» ( e só destas?) o que estão a semear, entre as massas, é um nacionalismo excessivo e algo perigoso. Senão mesmo violento como já se viu neste Euro pelos confrontos entre ingleses, franceses e russos.
 Seja como for, siga a bola até aos golos porque o futebol, em si mesmo, é um jogo popular que não tem culpa do mau uso que dele fazem (e no qual até somos bons). Sobretudo através das resmas de Canais e de Comentadores televisivos que dizem o obvio, repetindo à exaustão as mesmas analises durante horas seguidas.

                  II Orbitas internas
O que se está a passar na Caixa é financeiramente pornográfico e não duvidem que já causou muitos estragos na economia. Fala-se agora que a CGD precisa de mais 4.000 milhões a acrescer à anterior injecção de 2.950 milhões que já foram utilizados.
Como se isto não bastasse, os administradores passam a ser 19 e a poder arbitrar os seus vencimentos. O panorama é, se assim nos podemos expressar, de uma caustica corrupção ética  e extrema imoralidade a que, nem este governo é capaz de pôr cobro.
Muito mais poderia ser dito, mas o mínimo que devia exigir-se é que seja feito um “Inquerito Parlamentar” às tropelias financeiras feitas na Caixa com a cumplicidade de vários governos e governantes. Uns fora. Outros ainda no activo. Os partidos do governo que tomem a iniciativa. Só lhes ficava bem.
Efectivamente, vamos acrescentar que se trata de um banco estatal que conhecemos (e onde estivemos perto de três décadas). Importa dizer que os créditos que a Caixa concedia se baseavam em garantias reais e nunca em golpadas sucessivas  de certas pessoas. Aliás, bem conhecidas em Portugal e que utilizaram a Caixa como muito bem entenderam. Em seu proveito exclusivo.  
Adiante.

                  III Orbitas interiores
Já aqui lançámos, por mais de uma vez, a ideia de que o Castelo e a Torre do Relógio Interior precisam de ver a sua iluminação tecnicamente revista de acordo com as potencialidades históricas e o enquadramento medieval que apresentam. Seria um marco histórico no embelezamento da Vila.
Admitimos que isso já tenha sido pensado. Mas, enquanto não se vislumbra uma nova luz ao fim do túnel, importa deixar sugerido, através do Al tejo,  uma tarefa simples, a montante, que podia começar a  ser concretizada.
Falamos de um “Roteiro das Vilas de Terena e do Alandroal” que identificasse as lojas comerciais e os principais artesãos que deram cor, trabalho e vida às duas Vilas.
Dou um exemplo: lembram-se que o Alandroal nos anos 50/60/70 tinha gente, tinha profissões, tinha artesãos, tinha lojas, tinha pregoeiros, tinha talhos, tinha peixeiros, tinha albardeiros, tinha ferreiros, tinha tabernas e barbearias. Etc, etc. 
Tinha e tem na nossa memória!
A sugestão que aqui (re)colocamos é esta: porque é que não se assinala com “um conjunto de placas evocativas” esses locais e as principais actividades sociais, económicas e culturais que davam vida ao Concelho. Com um lugar próprio na vida do Alentejo.
Será assim tão difícil rever as duas Vilas como um lugar de memórias, pertenças do país, e locais emblemáticos dos mais variados ofícios com séculos e décadas de história?  

 Antonio Neves Berbem
                      (13/6/2016)


7 comentários:

Anónimo disse...

"Será assim tão difícil rever as duas Vilas como um lugar de memórias, pertenças do país, e locais emblemáticos dos mais variados ofícios com séculos e décadas de história? "


Essas coisas são sempre mais difíceis de fazer do que dizer.
E tem que se ter gente capaz e preparada para a tarefa, não basta querer como muitos Autarcas que tem passado pelo Alandroal pensavam.

Anónimo disse...


"Essas coisas são sempre mais difíceis de fazer do que dizer"

Como assim?...
É assim tão difícil não deixar que caia no esquecimento uma parte da história recente da nossa região, o Concelho do Alandroal?
Dá a ideia de que nos envergonhamos de nós próprios. Estamos vivos alguns dos que viveram esses tempos.
É bem certo que o mundo "é composto de mudança" e assim vai continuar. As realidades de hoje, em breve serão passado também.
A história é a história e se não formos nós a escrevê-la porque é recente, alguém a escreverá mais tarde.
Porém a história é para os historiadores, realistas, imparciais, que não se deixem levar ou influenciar por nada que possa contradizer a verdade do passado.
Eu bem sei que a história normalmente não é escrita pelos contemporâneos…
Boa noite.
Jerónimo Major

Anónimo disse...


Vamos ganhar o Campeonato?... Eu queria!

Não foi um bom começo,
Esperava outro resultado.
Se o Ronaldo tem marcado
Merecia o meu apreço.
Ainda não desmoreço
Mas acho qu’eram excessivas
Todas as expetativas
Que nos fizeram criar…
Só se falava em ganhar,
Vezes e vezes sucessivas…


Não sei e o Ronaldo espirrou
Ou se o país está constipado…
Seria um peido cagado
Se o Quaresma se peidou?
O Ronaldo não inventou
O golo que era o seu…
Como não aconteceu,
Como podemos acreditar
Que Portugal vai ganhar
O Campeonato Europeu?!

Jerónimo Major

Anónimo disse...

Como assim?...
É assim tão difícil não deixar que caia no esquecimento uma parte da história recente da nossa região, o Concelho do Alandroal?


PELOS VISTOS É MESMO CARO MAJOR SE NÃO FOSSE JÁ ALGUÉM TINHA FEITO, MAS SE ACHA ASSIM TÃO FÁCIL, FAÇA O AMIGO EM PARCERIA COM O SR. BERBEM, QUE VOS IMPEDE??????

Anónimo disse...

Cada macaco no seu galho, ou seja, a pessoa competente a tratar do que entende.

O problema é que vivemos num tempo que quando é preciso por o andar um certo sector, dou como exemplo o Turismo, certos Políticos e certos Autarcas em vez de colocarem no lugar quem entenda de Turismo, preferem colocar quem possam controlar, quem não os contraponha, e não perceber nada do assunto não tem qualquer importância, depois como resultado, o que poderia ser fácil de se concretizar é afinal tão difícil que nada de nada acontece.

Temos exemplo recente no Alandroal, tentou o João Nabais durante anos fazer alguma coisa na ária cultural, muito bem assessorado por um Sr. Palhoco cheio de ideias e competência, como se viu e sentiu, foi preciso vir alguém que de facto tinha conhecimento na ária para fazer em dois anos o que não tinham conseguido fazer em 8 anos, e de facto foi feito trabalho que, falou por si.

Veio depois o Muda que acabou com tudo, pensando também o autarca João Grilo que era fácil fazer, que também já sabia do assunto ou tinha na sua equipa quem percebesse. Falou até à exaustão de uma cultura nunca vista, nem antes conseguida, em descentralizar, como pretexto e desculpa por ter acabado com a dita no Fórum Cultural, de forma abrupta e pouco transparente, e o resultado foi o que se viu, em 4 anos não descentralizaram coisa nenhuma, e nada mais fizeram pela dita cultura a não ser vender um chorrilho de novas ideias, promessas e mais promessas que não passaram de intenções.
Não tinham simplesmente quem soubesse fazer e como tal nada foi feito.

Tem por isso toda a razão o comentador de 14 junho, 2016 17:41 .
Falar, comentar e criticar, é de facto fácil, já fazer e principalmente ter quem saiba, é bem mais difícil como se tem visto por aqui nestes últimos anos.

Como diz o outro, “ falam, falam, mas não os vejo fazer nada “

Anónimo disse...

Gosto do seu comentário Sr. Major, muito correcto.
Às vezes, e quem trabalha nos municípios sabe bem, não são os técnicos que lá trabalham que não têm competência ou iniciativa, são quem está à frente. Neste caso nem isso porque a Câmara do Alandroal não tem historiador nem arqueólogo nos quadros, mais facilmente fazem avenças, que não se entendem, com quem cá vem só buscá-lo do que criar uma equipa que faça um trabalho continuado.

Anónimo disse...

não tem Historiadores e Arqueólogos nos Quadros

Ó BÁLHA-ME DEUS sabe o que escreveu?

Ofende duplamente. Pela mascarada incompetência que atribui aos técnicos existentes e, por todo um imenso e esforçado trabalho desenvolvido e em desenvolvimento pelo executivo direccionado para as MAIS DIVERSAS ÁREAS e sem dinheiro ... por causas BEM CONHECIDAS.

Só não vê quem não QUER VER.

do Alto da Maria Pontinha