Segunda, 27 Junho 2016
Gostaria hoje de vos
falar sobre um negócio vergonhoso que está a decorrer em Estremoz. A Câmara
Municipal de Estremoz decidiu alienar um Monumento Nacional – a Antiga Casa do
Alcaide Mor do Castelo de Estremoz – através de venda em hasta pública.
Infelizmente, este edifício, de elevado valor cultural, histórico e
arquitectónico, está num estado lastimável, por falta de intervenções de
recuperação que já deveriam ter sido efectuadas por este município.
Em vez de procurar
defender este Monumento Nacional, a Câmara Municipal de Estremoz decidiu
vendê-lo. A arrematante, a Iris Holding Group, Realizou um pagamento inicial de
€29.700, correspondente a 10% do valor total, com um cheque sem provisão, facto
relevado pela Câmara que concedeu um novo prazo para que o cheque tivesse
provimento. No entanto, apesar de não ter sido respeitado o novo prazo por
parte do arrematante, a CM Estremoz não anulou a venda, que se mantém efetiva.
Tudo isto já seria chocante,
mas esta é uma empresa de fachada, com sede numa caixa postal de paraíso fiscal
e sucursal em Estremoz, num prédio devoluto! Ou seja, estamos perante a venda
de um Monumento Nacional a uma empresa cuja actividade nada se sabe, cuja
sucursal em Estremoz é uma farsa e que efectuou um pagamento com um cheque sem
provisão.
Parece que estes
factos não chegam ao Município para anular o negócio. Felizmente, e confrontado
com a estranheza do negócio, o Bloco de Esquerda questionou o Ministro da
Cultura, sobre o entendimento do Governo relativamente à venda de um Monumento
Nacional, sobre a forma como avalia as circunstâncias da realização do negócio
e se pretende interceder, junto da Câmara Municipal de Estremoz, no sentido da
sua anulação.
Espero que este negócio seja rapidamente anulado e que este Monumento se
possa manter sob o domínio público, havendo uma recuperação do mesmo.
Até para a semana!
Bruno Martins
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