sexta-feira, 13 de maio de 2016

A CRONICA DE OPINIÃO QUE ESTÁ A SER TRANSMITIDA HOJE NA RÁDIO DIANA/FM

                                                     Escola pública vs Escola privada

Sexta, 13 Maio 2016
A questão dos contratos de associação celebrados entre o Ministério da Educação e os colégios privados tem dado origem às mais variadas reacções.
A forte contestação da sociedade à medida fez com que o governo abrandasse nas suas intenções iniciais.
Já se percebeu que, em particular, o Ministério da Educação está apostado em reverter todas as alterações produzidas pelo anterior Governo em matéria de educação.
E alterar o acordado com o sector privado é mais uma das decisões que vai nesse sentido.
O cumprimento integral dos contratos celebrados pelo Estado é não só um dever, enquanto pessoa de bem, como também uma obrigação.
A escola pública tem o seu espaço. Como, por razões idênticas, a escola privada também o tem.
A liberdade de escolha é algo que não deverá ser negado.
A coexistência de ambos os sistemas não só é benéfica, como diferencia, e a concorrência no sector é, de todo, de salutar.
Se uma escola consegue captar alunos e outra não, algo o justificará.
E a solução não será anular aquela que consegue vencer nesta matéria.
Defenda-se a escola pública. Mas não se elimine todo o conjunto de estabelecimentos de ensino privados que conseguiram, necessariamente com esforço, atingir níveis elevados de reputação.
São escolas que ganharam credibilidade e que são um valor para o país.
A rede de escolas públicas e privadas deverá ser complementar.
As redundâncias, caso existam, não deverão originar a eliminação do que está devidamente estabelecido e consolidado nas comunidades (apenas e só porque é privado) para se assegurarem (em exclusivo) as escolas públicas.
Percebe-se que existem escolas onde não são necessárias, porque se construíram novas escolas onde já existia oferta formativa.
A escola privada também faz serviço público. Como o faz a televisão privada, e também temos uma televisão pública. Como o fazem estabelecimentos de saúde privados, e também existem estabelecimentos de saúde públicos.
A estabilidade do sistema de ensino é essencial para o seu bom funcionamento, e as perturbações criadas sistematicamente no sistema afecta o funcionamento no seu todo, criando uma instabilidade transversal nos estabelecimentos atingidos, nas direcções dos estabelecimentos, no corpo docente, no não docente, nos discentes e nas comunidades.
Uma sociedade moderna e plural tem que saber conviver com sistemas plurais, caso contrário caminha para um modelo de sociedade que os portugueses certamente não desejam.
Estejamos certos que o refrear das intenções iniciais do executivo foi devido à forte contestação da comunidade à medida.
Até para a semana
Rui Mendes


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