Sexta, 15 Abril 2016
Devo começar por
referir que igualdade de oportunidades é algo que deve ser garantido. Todos
temos o direito de uma igualdade de tratamento e de possibilidades no acesso a
um determinado lugar ou cargo.
Confesso que, em 28 anos de funções, nunca assisti a uma qualquer
discriminação de género. Em que a escolha se deveu ao simples facto de ser
mulher ou homem. Pelo menos na administração pública isso, de facto, não
acontece. E é de louvar que não aconteça.
Não obstante, temos
presente que os lugares de chefia ainda são maioritariamente ocupados por
homens.
Trata-se de um
paradigma que tem vindo a mudar. É o evoluir normal numa sociedade em que as
mulheres são maioritárias e em que, ao invés do que aconteceu em gerações
anteriores, hoje elas dominam nas Universidades, pelo que o ascender aos
lugares de topo das empresas e da administração pública é algo que acontece, e
irá acontecer cada vez mais, e de uma forma absolutamente natural.
Mas chegarão pela sua
própria competência, que não é maior nem menor do que a que tem o homem, é
exactamente a mesma.
Só o facto de se
invocar a condição de ser mulher ou homem para a escolha para um qualquer cargo
é um factor discriminatório.
A escolha deve
sustentar-se no mérito, esse é o factor determinante e primeiro.
Dito isto, devo
confessar que me custou ouvir que a escolha para o próximo Secretário-geral da
ONU, no pensar de alguns, deverá recair numa mulher, porque o cargo de
Secretário-geral nunca foi ocupado por uma mulher. Este fundamento, per si,
carece de força.
O “género” não deve
ser o motivo da escolha.
Se o cargo vier a ser
ocupado, sucessivamente, nos próximos mandatos por uma mulher, porque se
seleccionou alguém que apresentou o melhor currículo e mostrou ser a mais capaz
para o cargo, só temos que mostrar a nossa satisfação.
A escolha do próximo
SG da ONU deve recair sobre aquele ou aquela que apresentar mais consistência e
que seja o mais competente para o cargo. Seja mulher ou homem. Isso será o
menos relevante.
O importante é
escolher alguém que tenha a “dimensão” que o cargo exige.
Naturalmente que o
referido para o caso em apreço, deverá ser extensível a todas as escolhas para
os cargos de direcção ou outros lugares, seja qual for a sua natureza.
Até para a semana
Rui Mendes
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