terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

ORELHUDOS DO CARAÇAS - Uma rubrica do A.N.B.


                                              ORELHUDOS  do  CARAÇAS 

i)                    Estados de Espírito
A União Europeia, se não parece que está a desagregar-se anda a dar sinais disso. Se repararem bem existem 4 Uniões Europeias dentro desta União qual camisa de “onze varas” a contas com várias crises difíceis ao mesmo tempo.
Temos uma Europa rica dos estados alemães (Alemanha, Áustria, Croácia, Eslovénia…), temos uma segunda Europa dos Estados abastados do Norte da Europa (Holanda, Bélgica, Suécia, Dinamarca…). 

Vemos a seguir a Europa dos Estados aflitos do Sul e do Mediterrâneo (Itália, Espanha, Grécia e Portugal).
Por fim, podemos reparar “na Europa dos Estados da região fronteiriça com a Rússia” como a Finlândia/Polónia onde avulta o papel e a importância geopolítica especial da Ucrânia (não estado-membro da U.E).
Falta mencionar a Inglaterra que esteve sempre com um pé dentro e outro fora e que, por isso mesmo, vai fazer este ano um referendo para saber se fica na UE.
Esta divisão intra europeia, já seria grave se não lhe tivéssemos de acrescentar as enormes disparidades económicas e desequilíbrios sociais que existem entre as 4 Europas e entre os 28 estados-membros.

Embora sejamos federalistas/ algo eurocepticos, verificamos que estas 4 Europas estão a fragmentar-se e a regressar apressadamente ao registo de Estados-nações que as compõem.
Ou à repetida história de inúmeros conflitos que a construção/integração europeia pretendia com o Tratado de Roma de 1957 vir a ultrapassar por via supranacional.
Como é que a Europa pode liderar o seu próprio destino sem conseguir, por exemplo, sustentar a defesa da sua identidade e custear a coesão social e politica interna? Expliquem-me.
Vistas as coisas assim, digamos que esta União Europeia continua a erguer novos muros nacionalistas de autossegurança sem contudo assegurar a melhor maneira de construir/desenvolver o projecto europeísta original.
E sem perceber que já não é o centro do mundo, enleando-se na fantasia de que não acontecerão novos conflitos armados (como o da recente e súbita anexação militar da Crimeia por V. Putin que, aliás, não gosta nada da U.E.).
Claro que podem acontecer! A paz tem um custo permanente e nada é mais perigoso que fingir que se desconhece esse perigo e esse preço.      

 ii)                  Estado das Coisas
A gritaria e o que se está passar com este Orçamento de 2016 não abona nada a intervenção da opinião publica (e publicada) a que vimos assistindo diariamente. Será “o masoquismo português curvado perante Bruxelas ?...”
Assim como não defende o país nem interna nem externamente… como já se está a ver com a subida das taxas de juro nos mercados financeiros sequiosos de mais sangue.
Chega-se a ter a impressão que “vai tudo correr-nos mal” nesta execução orçamental falseadas que são as constantes marteladas das televisões sobre a carga fiscal. Ou sobre mais um ataque final às classes médias…
Melhor seria que estivéssemos enganados mas a sensação com que ficamos é que «a direita radical» que governou nestes últimos 4 anos, o que pretende é que este Orçamento corra mesmo mal.
De facto, parece que o poderoso e rígido Sr. Shauble tem por cá bastantes seguidores que pretendem que este Governo caia rapidamente e que nos precipitemos na bancarrota como esteve para acontecer com José Sócrates, um estilo de fazer politica que, aliás, não apoiámos. Nem será de apoiar.

O mais grave disto tudo, é que a direita de Passos Coelho e de uma tal Assunção Cristas, obviamente teleguiada por Paulo Portas, deixou de olhar a meios para chegar novamente ao poder. A investida dos tartufos e a lavagem aos cérebros já começou.
Sem reparar, porém, numa coisa importante e decisiva: em última instância quem decide e quem detém esse poder – em democracia – são os eleitores e esses, agora, o que precisam é de uma visão alternativa concreta que melhore as suas vidas.
Se é esse o papel deste governo de António Costa, mantemos a confiança que assim vai acontecer! Portugal merece-o! 

   iii)                 Estado da Terra
Num dos últimos “Orelhudos” falámos no Al tejo da necessidade de o Alandroal ter em acção um programa urgente de regeneração / reabilitação urbana.
Logo apareceu um Sr. Anónimo a sugerir que talvez não fosse má ideia (como não o é) que se olhasse prioritariamente para as fachadas dos prédios que estão em mau estado de conservação.
Se a intenção de ambas as partes continua valida, vou esclarecer que Câmaras Municipais há por este país fora que concedem (e passo a citar): “ incentivos financeiros para o restauro, limpeza e recuperação dos alçados principais que confinem com vias ou largos públicos”.
Mais adiante ainda pode ver-se e cito novamente que “(…) para aceder à presente medida só poderão ser aplicadas cores ou tonalidades, bem como materiais de revestimento da fachada que se harmonizem com os existentes na área envolvente”. O incentivo financeiro é de 6 euros por metro quadrado da área a beneficiar.
A autarquia que faz isto, criou ainda um Gabinete e uma Linha de Apoio à Regeneração/ Reabilitação Urbana e garante a tramitação célere dos pedidos.    
                  A Câmara que lançou esta programa está associada ao Memorial do Convento. 
                  Mafra é  uma das terras do país com maior qualidade de vida na região  Oeste.   Nada que                   o Alandroal não  possa  ser, à sua escala, nesta região  do Alentejo central.

                  Resumindo este assunto: tão importantes e necessários são os meios como são as                                 iniciativas ousadas das Autarquias . O que é preciso é dar-lhes execução. 
                  De uma forma socialmente envolvente  e sem mais perdas de tempo!
                  Certas ruas há no Alandroal que estão sem luz, sem fachadas e sem vida que as povoe.
                  Será que é (havendo FAM )  para continuar assim? 
               
                 António Neves Berbém
                      (16 /2 / 2016)

                  Ps: consultou-se o doc. ARU- Delimitação do Alandroal





2 comentários:

Anónimo disse...

"Aprovação do processo de delimitação das Áreas de Reabilitação Urbana das vilas de Alandroal, Juromenha e Terena."

Afinal dá resultado falar das coisas...
O assunto será aprovado pela Assembleia da Câmara dia 18.

Anónimo disse...

Falar das coisas?

Não foi por falar "ofensiva e odiosamente" sobre as coisas (assim foi, nestes termos) que o processo avançou.

A Câmara avançou, há mais de um ano, com este moroso processo.

Não fica totalmente concluído, nem todas as candidaturas para a recuperação do património serão contempladas.
Mas, trata-se de um passo muito importante nesta área, e não venham agora com comentários gastos e sobejamente conhecidos.

E muito mais há para, TRABALHAR HONESTAMENTE.

Área ignorantemente abandonada no tempo das vacas gordas, quando existiam verbas disponíveis bem mais favoráveis à Autarquia (a todos nós) para a resolução dos problemas bem conhecidos do restauro do património local.

Estão bem à vista e desenquadrados de qualquer estética e do respeito pelo património histórico edificado, os mamarrachos do CUBO geminado à antiga Escola Primária e o do AQUÁRIO do Jardim das Meninas, nas barbas do Castelo.

Se este executivo assim está trabalhando de forma organizada e SÉRIA

Aplaudo ... de todo

Pelo Alandroal gerido de forma séria, honesta e sem desvios ... SEMPRE