ORELHUDOS
do CARAÇAS
i)
Estados de Espírito
A União Europeia, se não parece que está
a desagregar-se anda a dar sinais disso. Se repararem bem existem 4 Uniões
Europeias dentro desta União qual camisa de “onze varas” a contas com várias
crises difíceis ao mesmo tempo.
Temos uma Europa rica dos estados
alemães (Alemanha, Áustria, Croácia, Eslovénia…), temos uma segunda Europa dos
Estados abastados do Norte da Europa (Holanda, Bélgica, Suécia, Dinamarca…).
Vemos a seguir a Europa dos Estados aflitos do Sul e do Mediterrâneo (Itália,
Espanha, Grécia e Portugal).
Por fim, podemos reparar “na Europa dos
Estados da região fronteiriça com a Rússia” como a Finlândia/Polónia onde
avulta o papel e a importância geopolítica especial da Ucrânia (não estado-membro
da U.E).
Falta mencionar a Inglaterra que esteve
sempre com um pé dentro e outro fora e que, por isso mesmo, vai fazer este ano
um referendo para saber se fica na UE.
Esta divisão intra europeia, já seria
grave se não lhe tivéssemos de acrescentar as enormes disparidades económicas e
desequilíbrios sociais que existem entre as 4 Europas e entre os 28
estados-membros.
Embora sejamos federalistas/ algo
eurocepticos, verificamos que estas 4 Europas estão a fragmentar-se e a
regressar apressadamente ao registo de Estados-nações que as compõem.
Ou à repetida história de inúmeros
conflitos que a construção/integração europeia pretendia com o Tratado de Roma
de 1957 vir a ultrapassar por via supranacional.
Como é que a Europa pode liderar o seu
próprio destino sem conseguir, por exemplo, sustentar a defesa da sua
identidade e custear a coesão social e politica interna? Expliquem-me.
Vistas as coisas assim, digamos que esta
União Europeia continua a erguer novos muros nacionalistas de autossegurança
sem contudo assegurar a melhor maneira de construir/desenvolver o projecto
europeísta original.
E sem perceber que já não é o centro do
mundo, enleando-se na fantasia de que não acontecerão novos conflitos armados
(como o da recente e súbita anexação militar da Crimeia por V. Putin que,
aliás, não gosta nada da U.E.).
Claro que podem acontecer! A paz tem um
custo permanente e nada é mais perigoso que fingir que se desconhece esse
perigo e esse preço.
ii)
Estado das Coisas
A gritaria e o que se está passar com
este Orçamento de 2016 não abona nada a intervenção da opinião publica (e
publicada) a que vimos assistindo diariamente. Será “o masoquismo português
curvado perante Bruxelas ?...”
Assim como não defende o país nem
interna nem externamente… como já se está a ver com a subida das taxas de juro
nos mercados financeiros sequiosos de mais sangue.
Chega-se a ter a impressão que “vai tudo
correr-nos mal” nesta execução orçamental falseadas que são as constantes
marteladas das televisões sobre a carga fiscal. Ou sobre mais um ataque final
às classes médias…
Melhor seria que estivéssemos enganados
mas a sensação com que ficamos é que «a direita radical» que governou nestes
últimos 4 anos, o que pretende é que este Orçamento corra mesmo mal.
De facto, parece que o poderoso e rígido
Sr. Shauble tem por cá bastantes seguidores que pretendem que este Governo caia
rapidamente e que nos precipitemos na bancarrota como esteve para acontecer com
José Sócrates, um estilo de fazer politica que, aliás, não apoiámos. Nem será
de apoiar.
O mais grave disto tudo, é que a direita
de Passos Coelho e de uma tal Assunção Cristas, obviamente teleguiada por Paulo
Portas, deixou de olhar a meios para chegar novamente ao poder. A investida dos
tartufos e a lavagem aos cérebros já começou.
Sem reparar, porém, numa coisa
importante e decisiva: em última instância quem decide e quem detém esse poder
– em democracia – são os eleitores e esses, agora, o que precisam é de uma
visão alternativa concreta que melhore as suas vidas.
Se é esse o papel deste governo de
António Costa, mantemos a confiança que assim vai acontecer! Portugal
merece-o!
iii) Estado da Terra
Num dos últimos “Orelhudos” falámos no
Al tejo da necessidade de o Alandroal ter em acção um programa urgente de
regeneração / reabilitação urbana.
Logo apareceu um Sr. Anónimo a sugerir
que talvez não fosse má ideia (como não o é) que se olhasse prioritariamente
para as fachadas dos prédios que estão em mau estado de conservação.
Se a intenção de ambas as partes
continua valida, vou esclarecer que Câmaras Municipais há por este país fora
que concedem (e passo a citar): “ incentivos financeiros para o restauro,
limpeza e recuperação dos alçados principais que confinem com vias ou largos
públicos”.
Mais adiante ainda pode ver-se e cito
novamente que “(…) para aceder à presente medida só poderão ser aplicadas cores
ou tonalidades, bem como materiais de revestimento da fachada que se harmonizem
com os existentes na área envolvente”. O incentivo financeiro é de 6 euros por
metro quadrado da área a beneficiar.
A autarquia que faz isto, criou ainda um
Gabinete e uma Linha de Apoio à Regeneração/ Reabilitação Urbana e garante a
tramitação célere dos pedidos.
A Câmara que lançou esta
programa está associada ao Memorial do Convento.
Mafra é uma das terras do país com maior qualidade de vida na
região Oeste. Nada que o Alandroal não possa
ser, à sua escala, nesta região
do Alentejo central.
Resumindo este assunto: tão
importantes e necessários são os meios como são as iniciativas ousadas das Autarquias . O que é preciso é dar-lhes execução.
De uma forma socialmente envolvente
e sem mais perdas de tempo!
Certas ruas há no Alandroal que estão sem luz, sem fachadas e sem vida que as povoe.
Será que é (havendo FAM ) para
continuar assim?
António Neves Berbém
(16 /2 / 2016)
Ps: consultou-se o doc. ARU-
Delimitação do Alandroal
2 comentários:
"Aprovação do processo de delimitação das Áreas de Reabilitação Urbana das vilas de Alandroal, Juromenha e Terena."
Afinal dá resultado falar das coisas...
O assunto será aprovado pela Assembleia da Câmara dia 18.
Falar das coisas?
Não foi por falar "ofensiva e odiosamente" sobre as coisas (assim foi, nestes termos) que o processo avançou.
A Câmara avançou, há mais de um ano, com este moroso processo.
Não fica totalmente concluído, nem todas as candidaturas para a recuperação do património serão contempladas.
Mas, trata-se de um passo muito importante nesta área, e não venham agora com comentários gastos e sobejamente conhecidos.
E muito mais há para, TRABALHAR HONESTAMENTE.
Área ignorantemente abandonada no tempo das vacas gordas, quando existiam verbas disponíveis bem mais favoráveis à Autarquia (a todos nós) para a resolução dos problemas bem conhecidos do restauro do património local.
Estão bem à vista e desenquadrados de qualquer estética e do respeito pelo património histórico edificado, os mamarrachos do CUBO geminado à antiga Escola Primária e o do AQUÁRIO do Jardim das Meninas, nas barbas do Castelo.
Se este executivo assim está trabalhando de forma organizada e SÉRIA
Aplaudo ... de todo
Pelo Alandroal gerido de forma séria, honesta e sem desvios ... SEMPRE
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