sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

A CRONICA DE OPINIÃO DE HOJE TRANSMITIDA NA DIANA/FM

Num curto espaço de tempo a TAP passou de uma empresa endividada para uma empresa dividida.
Com a privatização resolveu-se o problema da falta de liquidez da empresa e projetou-se futuro na TAP, com nova visão e com a expectável aquisição de novos aviões.
Com a nova divisão acionista dividiu-se a empresa. É este o resultado do memorando de entendimento que foi assinado entre o Estado e o consórcio Gateway.
A nova divisão acionista prevê uma empresa que será 50% pública, com a aquisição pelo Estado de mais 11% do capital, comprometendo-se aquele a não deter participação superior a 50%.
45% que ficará na posse do consórcio Atlantic Gateway.
5% que será para subscrição pelos trabalhadores.
Diremos que a solução encontrada não agradou a ninguém.
O Governo pretendia a maioria do capital e ficou-se pelos 50%, tendo ainda que adquirir 11% do capital e, fica “fora” da gestão, a qual é assegurada pelo consórcio. Neste contexto, não se entende qual a razão da presença pública de 50% no capital da empresa. É o acionista figurante.
O consórcio Atlantic Gateway perdeu a maioria do capital, passou de 61% para 45%, perdeu expressão no capital da empresa.
Politicamente não agradará aos partidos que integraram a PAF, porque esta não será a solução por eles defendida para dar robustez à TAP e para retirar o Estado do capital da empresa.
Como não será defendida pelos partidos à esquerda, pois a empresa mantém-se privatizada e com gestão privada.
O consórcio terá aceitado esta redução da sua participação de forma a manter-se na empresa, ficando com a gestão executiva, e ficando também com a expectativa de futuramente ganhar uma posição acionista maioritária. Fica numa situação de privilégio para o vir a conseguir.
Este terá sido um passo intermédio para a privatização plena da TAP. Por alguma razão se reverteu apenas parte do negócio, mas não a privatização da empresa.
O que quer dizer que a privatização tem uma larga base de apoio, apenas o atual Governo quis marcar uma posição, nada mais do que isso. O erário público é que terá que suportar mais esta teimosia governativa.
A solução encontrada será certamente transitória. Não se antevê que dure muitos anos.
Primeiro porque o modelo definido terá fraco sentido gestionário. Segundo porque o natural caminho da empresa será a privatização, uma plena privatização e não uma tímida privatização como aquela que agora foi preconizada.
O sinal que o país deu aos investidores externos também não terá sido o mais recomendável.
Não podemos andar a apelar ao investimento externo em Portugal e, quando ele acontece, anulamos contratos, não pelo seu incumprimento, mas por questões meramente ideológicas.
Até para a semana
Rui Mendes


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