Quinta, 07 Janeiro 2016
Este é o mês da primeira volta das
eleições presidenciais e já tivemos oportunidade de assistir a vários debates,
declarações e movimentações dos diversos candidatos.
Acentua-se aquilo que já se previa desde há alguns anos a esta parte, com
uma comunicação social servil a tentar demonstrar que há um vencedor antecipado
tratando-o com a dignidade de um chefe de Estado antecipadamente empossado.
O candidato levado ao colo vai-se
multiplicando em declarações de independência, tentando demonstrar o
impossível, quase convencendo os mais incautos que nunca foi presidente do PSD,
que nunca apoiou as políticas do governo PSD/CDS, que não tem o apoio destas
forças políticas, mas apenas a sua indicação de voto e, algumas vezes, afirma
nunca ter dito o que disse.
Ainda não começou a campanha eleitoral e
todos os dias temos um tratamento vergonhosamente diferenciado, para com um
candidato que durante mais de uma década foi paulatinamente fazendo campanha
pelo seu partido de (quase) sempre e, nos últimos, anos centrado no objectivo
pessoal de ser presidente da República.
Tudo isto seria risível se não estivesse
em causa um processo revanchista que pretende permitir que a direita, derrotada
em 4 de Outubro, possa voltar a recuperar uma fatia do poder que se lhe escapou
das mãos.
Lembrando-nos que Cavaco foi o
Presidente que necessitou do menor número de votos para ser eleito, torna-se
essencial o apelo à participação no acto eleitoral de todos os que querem
travar o passo a uma direita que pretende transformar estas eleições numa segunda
volta das legislativas.
Se todos os votos fora da candidatura da
direita são importantes para a sua derrota, o voto no candidato que de forma
mais coerente defende os princípios constitucionais será a garantia de que
teremos na segunda volta uma oportunidade de ter uma candidatura vitoriosa na
defesa dos valores de Abril.
Como imaginam o meu apoio vai para o
candidato Edgar Silva que tem o apoio do projecto colectivo onde me insiro.
Mas este meu apoio, sendo um apoio a um
meu camarada de Partido, é também um apoio à pessoa do cidadão Edgar Silva,
pela garantia que me dá o seu percurso de vida, a sua coerência de sempre na
luta pela reconhecimento da dignidade dos marginalizados desta sociedade
iníqua.
Na presidência da República não
precisamos de mais do mesmo. Não precisamos de provedores do sistema financeiro
ou de empregados de tutelas representativas do poder económico, disfarçados de
árbitros do sistema político.
Precisamos de quem defenda, cumpra e
faça cumprir a Constituição da República e para isso só mesmo alguém
comprometido com o projecto de sociedade que lá está impresso.
Volto depois da campanha. Com a
confiança de que saberemos ter o discernimento necessário para travar o passo à
continuidade do cavaquismo, embora com um toque de cor, como alguém afirmou.
Até para a semana
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