Sexta, 13 Novembro 2015
Aconteceu o esperado.
O programa do XX Governo foi rejeitado pela maioria dos deputados.
Chegou, mais uma vez,
o tempo do Presidente da República, numa altura em que as posições se
radicalizaram e em que a economia do país está assustada.
Diremos que à esquerda não houve um
casamento.
Houve apenas o juntar
dos trapos para ver como as coisas vão correr e, conforme correrem haverá, ou
não, uma união de facto.
O que temos não passa
de entendimentos momentâneos e instáveis, registados em três acordos
bilaterais, os quais não dão garantias de assegurarem a tão necessária
estabilidade governativa.
Talvez porque uns não
confiam nos outros, caso contrário teriam celebrado acordo de entendimento
duradouro, de convicção e de compromisso.
O país tem hoje uma
situação económica que lhe permite assegurar as suas responsabilidades por um
período de alguns meses. Sabe-se que existe um montante de 7800 milhões de
euros no MF.
E que quando se acabar
esta almofada a austeridade da esquerda não será diferente da austeridade da
direita. Ninguém aplica medidas restritivas por simpatia. Fá-lo por imposição
ou por necessidade. Em Portugal nos últimos anos acontecerem por ambas as
razões.
Veremos, em tempo,
quando for necessário aplicar medidas restritivas se se mantém o entendimento a
quatro. Aí veremos o espírito do entendimento e a coesão que existe à esquerda.
Aí veremos cada um a tirar o máximo partido do “seu” acordo.
Vejamos agora se os
que pugnavam pela reestruturação da dívida vão manter essa intenção.
Provavelmente vai ser matéria de que não interessará falar.
Vejamos agora como
ficará resolvido o limite do défice. Uma coisa é dizer que o objetivo é
reduzi-lo de acordo com os compromissos assumidos, outra é conseguir cumprir
esses compromissos.
Ouçam-se os
agricultores, os empresários e os comerciantes. Atendam-se os seus problemas e
as suas preocupações. Não se ignorem os sectores produtivos do país.
Deixemos crescer a
nossa economia, ao seu ritmo próprio e com as condições que lhe possam ser
criadas para crescimentos sustentáveis.
A economia, ou melhor,
as empresas que criem riqueza e emprego.
E que todos possamos
beneficiar desse crescimento de forma a construir um país socialmente mais rico
e mais justo.
Que não se criem
formas artificiais de promover o crescimento do rendimento.
Caberá ao Presidente
da República ouvir e refletir. Que tome a decisão que permita uma
governabilidade estável e crível a bem do país, a bem de todos nós.
Até para a semana
Rui Mendes
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