« A diferença entre a prosa e a poesia está no leitor»
Jorge Luís
Borges (Buenos Aires,1985)
i)
Contas feitas por alto, levam-nos a
listar para o Al tejo uma lista de 15 lugares portugueses propensos ao pecado e
a revê-los - se for caso disso - no quadro de um novo código de decência
toponímica local.
Enquanto tal não for mudado eis os nomes
sexy descobertos:
I.
Catraia de Baixo – Belmonte
Colo do Pito – Castro Daire
Entalada – Melgaço
Esfrega – Proença -a- Nova
Fonte da Rata – Espinho
Grota da
Chouriça – Horta
Monte do Coito Grande – Ourique
Rego do Azar –Ponte de Lima
Vale da Rata –Viana do Alentejo
Vergas – Vagos
Geme – Vila Verde
Teso – Oliveira de Azeméis
MARRROCOS – ALANDROAL
Tiracalça –Castelo Branco
A Rainha vai Nua… – Caldas da Rainha
II)
Mudando de assunto, vejamos agora “Alguns Provérbios e outros nem por Isso”
inspirados directamente em Mário Cesariny.
Assim seja.
Vinho no copo – bandeira no topo
Homem pelintra – queijadas de Sintra
Grande caçada – lua encarnada
Mão de três dedos – longos segredos
Gente que berra – marinheiro em terra
Mesa de pinho – carapauzinho
Água a correr – é de endoidecer
Água parada –isso era na antiga parada
Muitos aviões – coçam-se os tufões e os
…
Homem roubado – boi, ai jesus, encarnado
Peles de coelho – vícios e passos velhos
Duas Pevides a ler – não pode ser nem
continuar
iii)
E acrescento, eu, a quem me perguntar:
Cristão ou Pagão? – Pagão…pago tudo!
Com língua de IMI e de quê mais? De
palmo! Ah seus grandes loureiros ricos e aldrabões…sem ouvidos de gente e ainda
sem grades à espera.
E pronto, aqui deixamos terminado este
exercício e esta pequena narrativa em três partes de um português, alentejano e
alandroalense. Dos muitos que ainda aqui vai havendo e que têm dentro de
si sonhos de um país com maior
participação local neste mundo em mudança que está a ser-nos dado viver.
Assim como diria o poeta, “com o Destino
a conduzir a carroça de tudo pela estrada do nada” não vamos lá. Nem caminhamos
para parte nenhuma.
Aceitam-se sugestões para que os
alandroalenses tenham mais e bastante mais em que pensar e trabalhar?
Paredes sem portas nem janelas é que
não! Será apenas mais um balde despejado?
Melhores
saudações
António Neves Berbem
(14/5/2015)
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