A POLÍTICA
Mote
Eis a política à portuguesa:
Mudam as moscas no poder,
Não há nenhuma surpresa…
Continua a merda a feder!
Glosas
I
Traço o retrato lastimoso
De quem governa o país,
Glosas
I
Traço o retrato lastimoso
De quem governa o país,
Depois de apodrecer a raiz
Ainda dizem estar famoso.
Chega a ser vergonhoso
Já faltar o pão na mesa,
Ser cada vez mais pobreza
E uns quantos a engordar…
Amigos, não há que enganar:
Eis a política à portuguesa!
II
Sendo altura de promessas
Todos falam na mudança,
Prometem-nos a bonança
Com o tempo às avessas.
Nuvens negras dispersas...
Céu cinzento a escurecer,
O que hoje é, deixou de ser
Imediatamente a seguir…
Com tempestade a persistir
Mudam as moscas no poder!
III
A mosca conhecido insecto
Gosta de zumbir voando…
Poisa no que estás cagando,
Como em qualquer dejecto.
Engana até o mais esperto
Poisando com subtileza,
Ainda dizem estar famoso.
Chega a ser vergonhoso
Já faltar o pão na mesa,
Ser cada vez mais pobreza
E uns quantos a engordar…
Amigos, não há que enganar:
Eis a política à portuguesa!
II
Sendo altura de promessas
Todos falam na mudança,
Prometem-nos a bonança
Com o tempo às avessas.
Nuvens negras dispersas...
Céu cinzento a escurecer,
O que hoje é, deixou de ser
Imediatamente a seguir…
Com tempestade a persistir
Mudam as moscas no poder!
III
A mosca conhecido insecto
Gosta de zumbir voando…
Poisa no que estás cagando,
Como em qualquer dejecto.
Engana até o mais esperto
Poisando com subtileza,
De bom olfacto e destreza
Camufla-se no mau odor…
Na merda os ovos vai pôr,
Não é nenhuma surpresa!
IV
Merda é merda, cheira mal,
Só fedor pra ser diferente,
Mas ainda tem certa gente
Há procura de Bosta fecal.
No desgoverno nacional
É onde se faz notar a valer,
Tudo aí pode acontecer
No meio de tanta porcaria…
Muda o cheiro de noite e dia,
Continua a merda a feder!
Camufla-se no mau odor…
Na merda os ovos vai pôr,
Não é nenhuma surpresa!
IV
Merda é merda, cheira mal,
Só fedor pra ser diferente,
Mas ainda tem certa gente
Há procura de Bosta fecal.
No desgoverno nacional
É onde se faz notar a valer,
Tudo aí pode acontecer
No meio de tanta porcaria…
Muda o cheiro de noite e dia,
Continua a merda a feder!
POETA
6 comentários:
As décimas podiam-se designar de "GANDA MALHA".
SOBERBAS!!!
Quem é o poeta das décimas? Muito bom, mudam as moscas mas a merda é sempre a mesma. Ninguém teria dito melhor!
Com o devido respeito pelo antecedente comentário, as décimas do "POETA" inspirado são muito mais do que uma «GANDA MALHA».
Podem ir para além do pensamento, de alguns.
Mas ... são "miolo de pão" para entender, perceber e pensar no que se passa no País onde nascemos e, COM SONHOS DE 4 DÉCADAS POR UMA VIDA MELHOR (para os menos velhos e para os de 4 ou mais décadas de vida e trabalho «suado»), acabam por ser "falseados" à condição de esbulhados DOS SEUS SONHOS.
Excelente exteriorização de cultura.
Adormecerei com mais tranquilidade porque ... ainda há DÉCIMAS DESTAS.
Até sempre
As décimas do "POETA" Carlos Camões Galhardas, bem como a ilustração de Rafael Bordalo Pinheiro com nota máxima. Assim a poesia faz sentido.....
Assino por baixo o que foi dito em qualquer dos comentários, e em total sintonia com o comentador de 2 de abril de 2015 às 23:46. As décimas políticas de grande qualidade são o retrato fiel do país. Muitos parabéns ao poeta alandroalense!
Dignas de compêndio as décimas do nosso poeta.
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