Sexta, 03 Abril 2015
A vida tem destas
coisas.
Quem diria que passado
tão pouco tempo sobre as eleições gregas, as quais decorreram no passado dia 25
de janeiro, o novo governo grego já assume a necessidade de tomar medidas que
sempre rejeitou – entre outras, privatizar e aumentar impostos – de forma a
conseguir cumprir metas acordadas com os parceiros europeus e o FMI.
A euforia inicial depressa foi
ultrapassada pelas condicionantes e pela necessidade de enfrentar a realidade
do país.
As sucessivas perdas
da bolsa grega, as fugas de capitais, a falta de investimento, obrigaram o
atual governo a cair na real e a perceber que as soluções terão que passar por
acordos com os parceiros europeus e da disponibilidade daqueles para
continuarem a apoiar a Grécia.
É absolutamente
necessário que haja sentido de responsabilidade, que não se criem fraturas que
obstaculizem o necessário diálogo que terá que existir entre as partes.
Quem diria que
passados dois anos sobre as eleições presidenciais francesas a União por um
Movimento Popular (UMP) de Nicolas Sarkozy seria a força politica que iria
vencer de forma esmagadora as eleições locais francesas de 2015. A força
conservadora foi a força política que ganhou novos departamentos franceses,
crescimento que se deveu às perdas dos socialistas.
Em 2017 a França terá
presidenciais e, após estas eleições, já estão posicionados alguns dos
candidatos.
E quem diria que a
Madeira daria uma nova maioria absoluta ao PSD por apenas 5 votos, ou serão 12,
ou veremos quantos serão, porque julgo que ninguém estará neste momento suficiente
tranquilo com a contagem dos votos.
Este processo decorreu
de uma forma inacreditável, num país europeu e com uma democracia consolidada.
Veremos como ficam os
resultados finais da votação.
Os resultados das
eleições da Madeira não serão propriamente uma surpresa. A tendência de mudança
terá sido iniciada com as últimas eleições autárquicas, nas quais o PSD perdeu
7 Câmaras Municipais, embora quebrar o status quo do governo da Madeira não
seja tarefa fácil, porquanto os graus de dependência gerados por 40 anos da
mesma governação cria ligações que é difícil serem quebradas. Contudo face à
tendência dos últimos resultados será provável que a quebra de hegemonia
aconteça nas próximas eleições.
Todas estas eleições
decorreram em contexto de aplicação de medidas de austeridade com os novos
eleitos criando novas expetativas no eleitorado.
Acabar com as medidas
de austeridade será o objetivo de todos. Ninguém certamente desejará manter
medidas que retiram poder de compra e de qualidade de vida. Contudo, as economias
que criaram uma forte dependência financeira do exterior, não poderão dizer que
acabam com as medidas de austeridade sem que o termo dessas medidas venha a ter
o aval dos seus credores. Não é sério dizê-lo ao eleitorado, simplesmente
porque sabem que não o poderão fazer.
Até para a semana
Rui Mendes
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