domingo, 5 de abril de 2015

A CRONICA DE OPINIÃO TRANSMITIDA SEXTA-FEIRA NA DIANA/FM

                                                    Resultados eleitorais
Sexta, 03 Abril 2015
A vida tem destas coisas.
Quem diria que passado tão pouco tempo sobre as eleições gregas, as quais decorreram no passado dia 25 de janeiro, o novo governo grego já assume a necessidade de tomar medidas que sempre rejeitou – entre outras, privatizar e aumentar impostos – de forma a conseguir cumprir metas acordadas com os parceiros europeus e o FMI.
A euforia inicial depressa foi ultrapassada pelas condicionantes e pela necessidade de enfrentar a realidade do país.
As sucessivas perdas da bolsa grega, as fugas de capitais, a falta de investimento, obrigaram o atual governo a cair na real e a perceber que as soluções terão que passar por acordos com os parceiros europeus e da disponibilidade daqueles para continuarem a apoiar a Grécia.
É absolutamente necessário que haja sentido de responsabilidade, que não se criem fraturas que obstaculizem o necessário diálogo que terá que existir entre as partes.
Quem diria que passados dois anos sobre as eleições presidenciais francesas a União por um Movimento Popular (UMP) de Nicolas Sarkozy seria a força politica que iria vencer de forma esmagadora as eleições locais francesas de 2015. A força conservadora foi a força política que ganhou novos departamentos franceses, crescimento que se deveu às perdas dos socialistas.
Em 2017 a França terá presidenciais e, após estas eleições, já estão posicionados alguns dos candidatos.
E quem diria que a Madeira daria uma nova maioria absoluta ao PSD por apenas 5 votos, ou serão 12, ou veremos quantos serão, porque julgo que ninguém estará neste momento suficiente tranquilo com a contagem dos votos.
Este processo decorreu de uma forma inacreditável, num país europeu e com uma democracia consolidada.
Veremos como ficam os resultados finais da votação.
Os resultados das eleições da Madeira não serão propriamente uma surpresa. A tendência de mudança terá sido iniciada com as últimas eleições autárquicas, nas quais o PSD perdeu 7 Câmaras Municipais, embora quebrar o status quo do governo da Madeira não seja tarefa fácil, porquanto os graus de dependência gerados por 40 anos da mesma governação cria ligações que é difícil serem quebradas. Contudo face à tendência dos últimos resultados será provável que a quebra de hegemonia aconteça nas próximas eleições.
Todas estas eleições decorreram em contexto de aplicação de medidas de austeridade com os novos eleitos criando novas expetativas no eleitorado.
Acabar com as medidas de austeridade será o objetivo de todos. Ninguém certamente desejará manter medidas que retiram poder de compra e de qualidade de vida. Contudo, as economias que criaram uma forte dependência financeira do exterior, não poderão dizer que acabam com as medidas de austeridade sem que o termo dessas medidas venha a ter o aval dos seus credores. Não é sério dizê-lo ao eleitorado, simplesmente porque sabem que não o poderão fazer.
Até para a semana
Rui Mendes


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