quarta-feira, 22 de abril de 2015

A CRONICA DE OPINIÃO TRANSMITIDA HOJE NA DIANA/FM

                                       O relatório da ilusão

Quarta, 22 Abril 2015
Soubemos ontem com apresentação do relatório para a década, que o partido socialista de António Costa tinha descoberto a “pólvora” e com isso o país reverterá a austeridade e lançar-se-á para o sucesso sem paralelo.
Só que o país responsável e que vive com os pés bem assentes no chão, sabe e conhece que o aumento do rendimento disponível só deverá resultar do aumento da riqueza e não do endividamento externo. Por isso, não passa de uma ficção rosa, com resultados infelizmente conhecidos por todos.
Na verdade, segundo os entendidos na matéria e equidistantes em relação aos partidos, defendem que o relatório encomendado pelos homens do Largo do Rato, na sua generalidade, propõe o aumento da despesa do Estado. Exemplo disso, são as propostas que sustentam a redução da TSU para os trabalhadores e o fim dos cortes nos salários e pensões em dois anos, como, também, a redução do IVA da restauração. Ninguém de bom senso deixaria de defender o fim da austeridade se isso fosse possível de imediato.
Porém, com a dimensão da dívida pública portuguesa, que é superior àquilo que representa a riqueza produzida num só ano, com défices públicos ainda acima dos três pontos percentuais. O caminho deverá ser feito observando as regras da consolidação das contas públicas, da dívida e do défice.
Por outro lado, a credibilidade do país junto das instituições internacionais, quer da união europeia, quer, também, do fundo monetário internacional, não pode, nem deve de ser minimamente beliscada, sob pena do financiamento ficar condicionado, como ainda com juros absolutamente incomportáveis. Parece-me que o exemplo Grego, é disso um paradigma mais do que significativo.
Isto dito, estou plenamente convencido de que a generalidade dos portugueses são responsáveis e, por isso, não querem, nem estão dispostos a entregarem-se a teorias experimentalistas de aumentos da despesa pública sustentada pelo endividamento, porquanto foram elas que deram causa à situação de quase bancarrota a que o país fora conduzido no ano de 2011. Com o devido respeito democrático, este Partido Socialista, não aprende ou não quer aprender. Das duas, só uma é que resta.

José Policarpo

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