segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

NOVA RUBRICA DE A.N.B.

                                       Orelhudos do Caraças 

Há dias, tivemos oportunidade de relançar, aqui no Al tejo, uma abordagem minimalista sobre algumas variantes  do sistema de relações internacionais em curso e em exercício neste princípio de milénio. Em tempos de globalização económica acelerada. E também bastante anárquica. Ou da falta de democracia politica e económica à escala humana universal.
Basicamente, o que se torna evidente, visto da nossa antiga “tapada do Caraças”, com as orelhas atentas, espertas e muito orelhudas, ao que nos vai rodeando, é que o mundo exibe actualmente vários polos com um grande poder económico, tecnológico e militar, que há uma competição mundial desenfreada e que a violência (vide o caso dos terrorismos) e novos focos de guerras permanentes se vão manter e aumentar.
É este o mundo real existente, algo próximo de uma guerra civil mundial (e de civilizações) com o qual devemos confrontar-nos, se quisermos indo acordando vivos. Em Portugal como no resto do mundo.
Claro que este cenário comporta, por sua vez, grandes personagens, actores políticos ambiciosos, e tantos, tantos outros servidores usurários do sistema político internacional sem grandes escrúpulos. Como é o caso do sistema financeiro, dos mercados  e do neoliberalismo em vigor.
Neste quadro passo a destacar: Angela Merkl e V. Putin. São ambos demasiados cínicos e matreiros, até perigosos, em face do mundo violento que temos. Já que mais não seja, porque andam a dar sinais de seguir uma estratégia e caminho muito próprio, custe o que custar, sem dialogo aberto com os demais parceiros (ricos e pobres) da cena internacional. Muitos deles possuídos, aliás, da mesma perversa vontade de acrescentamento dos seus já enormes poderes. Lembre-se o caso do Irão. Ou da Turquia.
Têm algumas dúvidas? Então, reparem neste excerto extraído de uma obra recentemente publicada ( “Este é o tempo”, Prof. A. Moreira,pag. 188, Nov. 2014).
Em diálogo com V. Chacon pode ler-se isto: “ Vocês, europeus, com essa história da senhora Merkel, ainda não perceberam uma coisa, é que ela entende-se muito bem com o senhor Putin, e quando há reuniões com os ministros, ela fala com o Putin em russo e ele fala em alemão com ela, e os outros ministros não percebem palavra do que eles estão a dizer.”
Vejam bem! Os outros (Ministros) ficam sem perceber o que se está a passar em plena reunião.
Contado assim, dá para pensar que também somos da opinião que só sobra estar “orelhudo” para duas coisas: (1) com a Merkel já mudou completamente a natureza e fins da União Europeia da qual Portugal faz parte desde 1986; (2) por outro lado, houve também uma mudança no símbolo nacional da Rússia. A águia bicéfala que era o símbolo do império russo voltou. E se querem mais uma prova: vejam o que sucedeu à Crimeia e o que está a suceder à Ucrânia. Ou o que está a acontecer aos países periféricos do Sul europeu.
 Por hoje, fiquemos por aqui, porque se agora mesmo olhássemos para B. Obama, seria igualmente fácil verificar que o expansionismo americano, no leste europeu, e os ataques ao Iraque, no fundo, levar-nos iam a considerar as mesmas intenções dominadoras e expansionistas dos USA.
 Digamo-lo, pois assim, à nossa maneira, e de uma assentada: “atenção, é bem verdade que, em relações internacionais, todos os espaços vazios tendem a ser ocupados”.
Enfim!
Portugal que se precate com o mar das Selvagens e consulte, quanto antes, o nosso antigo e sábio oráculo das Caraças. À espera, lá estará o vidente “Forma das Caraças” para nos ir avisando…
Não acham?
  Melhores saudações
   António Neves Berbem
       (26/1/2015)

   Ps: pode acontecer que estes “ Orelhudos do Caraças” se tornem uma nova rubrica, do Al tejo, se para tanto houver tempo e vier a justificar-se.











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