quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

HABITUAL CRONICA DE OPINIÃO TRANSMITIDA DIARIAMENTE NA RÁDIO DIANA/FM

                                           José Policarpo - A razão ou a emoção

Quarta, 28 Janeiro 2015 09:22
A vitória do Syriza liderado pelo Alixis Tsipras é a grande notícia do momento político, com os incontornáveis reflexos nos dezanove países do euro grupo. Será no seio destes países que se joga o futuro do euro e sobretudo o da Europa tal como a conhecemos.
As eleições legislativas que decorreram na Grécia no último domingo tiveram um desfecho previsível e esperado. Os eleitores gregos deram uma vitória quase absoluta ao partido da extrema-esquerda que assentou as suas ideias eleitorais, no fim da austeridade e na renegociação da dívida pública. De facto, foram estas as bandeiras eleitorais que tiveram acolhimento maioritário no povo grego.
O certo é que a Grécia tem o desemprego aproximadamente nos 27% da população activa e o desemprego jovem está nos 50%. É, sem qualquer dúvida, uma situação difícil e demasiada complexa do ponto vista social e económico. A sociedade grega está social e politicamente fraturada. Porém, qual o caminho a adotar para levar de vencido este drama e garantir um futuro próspero e digno para o povo grego. Do meu ponto de vista, reside aqui a resposta das respostas para o povo grego e quiçá para os países do sul da Europa.
Sem pretender dar lições a quem quer que seja, até por que não conheço a Grécia, para lá da importância e do contributo deixado pelos autores clássicos na nossa organização politica e social, todavia, não podemos descurar a realidade dos factos. A Grécia tem uma população em número aproximadamente à da portuguesa e tem uma dívida pública três vezes maior do que a nossa, ronda os 500 000ME. A evasão fiscal anda pelos 40 000ME, significando, portanto, mais de metade do nosso produto interno bruto.
Ora, independentemente, dos alegados equívocos compreendidos no plano de austeridade levado a cabo e defendido pela TROIKA, e, admitindo, que, sejam significativos, tanto quanto julgo conhecer, não há no mundo real, credores que pautem a sua atividade em total respeito pelas regras da mais nobre das caridades. Infelizmente a realidade é esta e é dura. E, é mais dura ainda, para com aqueles que presidem as suas vidas de forma reiterada, relaxada e relapsa.

Dito isto, poderá a resposta ao problema da Grécia passar por algumas cedências dos credores, sobretudo dos institucionais. Por exemplo; no prolongamento das maturidades e de baixarem o preço do serviço da dívida. No entanto, os cidadãos gregos e as suas instituições não estão dispensados de colocarem a casa na ordem. Aguardemos para ver.

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