sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

CRÓNICA DE OPINIÃO TRANSMITIDA HOJE NA RÁDIO DIANA/FM

                           O envelhecimento do país

Sexta, 16 Janeiro 2015 08:31
Um dos grandes problemas de Portugal, por vezes nem sempre devidamente apontado como tal, é ser um dos países mais envelhecidos da Europa, problema ainda agravado com a previsível perda da população, entre 2020 e 2050 o país perderá cerca de 200 mil indivíduos por década.
A questão do envelhecimento da população, associado à baixa taxa de natalidade, a qual vem apresentando valores bastante baixos nas últimas décadas, gera todo um conjunto de problemas económicos e sociais que importa que venham a ter respostas.
Desde logo terá repercussões na sustentabilidade do sistema da segurança social, hoje já se sentem alguns efeitos a este nível, mas os efeitos não serão apenas aqueles porque resultará numa perda geral do nível de vida da população.
Aliás, muitas das medidas que têm sido tomadas nesta matéria já deveriam ter sido adotadas anos atrás, porque as previsões sobre a população são conhecidas com antecedência de anos, de forma a criar mais justiça e estabilidade ao sistema. Trata-se de entregar ao sistema a necessária sustentabilidade e não permitir que os sistemas de segurança social estejam com permanentes alterações, as quais geram injustiças para com os seus beneficiários. As regras aplicáveis devem perdurar tanto quanto possível no tempo.
Esta baixa natalidade faz com que a relação de idosos por cada 100 jovens seja cada vez mais expressiva, 133 idosos por cada 100 jovens.
Ora, as redes de ensino, de saúde, etc, tendem naturalmente a ter que se reestruturar de forma a dar resposta às necessidades da população, uma população mais idosa necessitará naturalmente de maiores cuidados de saúde.
Importará que as políticas públicas venham a criar as condições que permitam o rejuvenescimento da população do país.
Um passo importante está dado com a atual reforma do IRS, permitindo que as famílias com filhos venham a ser beneficiadas, por aplicação do quociente familiar, tendo assim redução do IRS a partir de 2015.
É um sinal claro de incentivo à natalidade e de apoio às famílias.
Mas o fator maior que permitirá criar condições para a fixação das pessoas, para a sua estabilidade familiar, será por via do emprego.
A diminuição da taxa de desemprego é uma aposta que terá que ser ganha. O desemprego assume especial importância, mas não nos esqueçamos que no período de 2001 a 2011, a taxa de desemprego em Portugal subiu de 4 para 12,7%, ou seja, ela vem registando uma tendência de subida desde o ano de 2001 até 2013 ano que se inverteu a tendência, hoje encontra-se acima dos 13%. É pois fundamental diminui-la, criar emprego é não só uma das metas da Europa 2020, como uma condição de estabilidade social para o país.
Naturalmente que a criação de emprego interno fará diminuir a emigração, em especial da população mais nova e mais qualificada, que é fundamental para o equilíbrio e para o desenvolvimento do país.
O nosso futuro enquanto pais moderno e desenvolvido passa, em muito, pela forma como viermos a saber resolver o problema do rejuvenescimento da população e de criar condições para uma economia mais forte, a qual resolverá, per si, tantos outros problemas.
Até para a semana
Rui Mendes


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