quinta-feira, 18 de setembro de 2014

O ALANDROAL NA IMPRENSA NACIONAL

Alandroal gastou 607 mil euros numa biblioteca que nunca foi concluída
A obra iniciada em 2005 estava quase concluída em 2007 mas a falência do empreiteiro suspendeu a construção. Agora o município está obrigado a devolver 370 mil euros, uma verba de que não dispõe.
O novo edifício da biblioteca municipal de Alandroal, programado para integrar a Rede Nacional de Bibliotecas Públicas, está praticamente concluído mas já apresenta evidentes sinais de degradação nas suas instalações e equipamentos. “A situação que temos é muito desoladora”, lamenta a presidente da Câmara, Mariana Chilra, explicando que os trabalhos estão parados desde 2007 após a falência do empreiteiro.
Quando assumiu funções, em 2013, a autarca deparou-se com um edifício em fase final de conclusão mas que já apresentava os “tectos falsos a cair aos bocados”, as redes eléctrica, de água e esgotos “danificadas” e as tubagens do sistema de ar condicionado “entupidas com ninhos de pássaros”. A recuperação destes equipamentos “vai exigir um tratamento volumoso em termos de custos”, antecipa Mariana Chilra, frisando que “a disponibilidade financeira que o município dispõe para fazer face à sua gestão normal situa-se nos 96 mil euros mensais”, o que torna inviável assumir mais este encargo.
Mariana Chilra salienta o excesso de endividamento no ano de 2010 e o incumprimento dos pagamentos em atraso relativo aos anos de 2011 e 2012.
Neste cenário de dificuldades financeiras, a autarca soma uma dívida de quase 370 mil euros à Comissão Coordenadora de Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo. A autarquia recebeu este montante do III Quadro Comunitário de Apoio para a construção da biblioteca. "Como a obra não ficou concluída até 31 de Dezembro de 2013 somos forçados a devolver o dinheiro que não temos”, assume a autarca.
Mariana Chilra disse ao PÚBLICO que já reuniu com a CCDR Alentejo a quem propôs o pagamento faseado dos cerca de 370 mil euros, em 84 prestações mensais, para sair “de uma situação de incumprimento e apresentar uma nova candidatura que permita concluir a obra”, mas ainda não recebeu resposta à solução apresentada.
O contencioso que está a ser dirimido com a CCDR estende-se à Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB) que disponibilizou uma verba de 240 mil euros para o projecto do Alandroal. A autarca critica o comportamento da anterior gestão municipal por ter “descurado” as obrigações a que estava sujeita por força da candidatura que tinha apresentado à DGLAB para a construção da biblioteca.
Na consulta que o PÚBLICO fez à acta da reunião ordinária da Assembleia Municipal de Alandroal de 4 de Setembro de 2010, João Grilo, o presidente da câmara então em funções, explicou que quando assumiu funções em 2009 “já se tinha perdido o financiamento para concluir a obra e, ao mesmo tempo, estavam a pedir a devolução do dinheiro que já tinha sido investido ”.
"Assim, teríamos que arranjar um milhão de euros para acabar os trabalhos”, realçou João Grilo, garantindo que procurou negociar com as “entidades competentes” uma solução de financiamento que permitisse terminar o projecto. Como não foi possível superar o impasse a autarquia recusou-se "sempre a assinar qualquer acordo de devolução do dinheiro”, assumiu o então presidente da câmara, comprometendo-se a “arranjar forma de concluir a obra”, o que não foi conseguido.
Mariana Chilra adianta que o teor das informações entretanto facultadas pela DGLAB revelam que este organismo efectuou vários contactos com a câmara do Alandroal para que fornecesse elementos sobre o estado da obra. “Durante quatro anos, o anterior executivo nem sequer se dignou informar que os trabalhos estavam parados”, acusa. “Só com a nossa entrada em funções" é que os contactos foram retomados, refere a autarca, preocupada com a decisão que o Ministério das Finanças possa vir a tomar sobre a proposta apresentada pela DGLAB, onde se põe a hipótese de um alargamento do prazo para cumprimento do programa até 2016.
Se esta solução não for aprovada “é completamente inviável” concluir as obras da biblioteca onde já foram investidos, pelas contas da autarca, cerca de 607 mil euros. “E, provavelmente durante muitos anos, o Alandroal não vai ter a sua biblioteca”, admite a autarca, inconformada com “a morte de um sonho antes mesmo de se tornar realidade”.

13 comentários:

Anónimo disse...

É MUITO FÁCIL SACUDIR A ÁGUA DO CAPOTE, EM TODO O LADO QUEM GANHA ELEIÇÕES TEM QUE RESOLVER OS PROBLEMAS HERDADOS, OS BONS E OS MENOS MAUS, DURANTE 4 ANOS O SR. GRILO NADA FEZ EM QUESTÃO Á BIBLIOTECA, PENSOU QUE A COISA SE RESOLVIA SOZINHA.
E ESTE EXECUTIVO ESTÁ QUASE NA MESMA E DAQUI A TRES ANOS E POUCO QUEM VIER QUE RESOLVA, PODE SER QUE CONSIGAM QUE ESTES E OS ANTERIORES JÁ SE VIU NÃO TEREM COMPETÊNCIA PARA O MESMO.

Anónimo disse...

o emprenteiro falio mas não por a biblioteca já não lhe pagava a muito tempo.

Anónimo disse...

...e, com mais este, ainda são necessários mais exemplos das atitudes desgovernativas e inconscientes a que esta autarquia esteve sujeita durante 12 anos?

...e, o Povo sem estar devidamente informado sobre o que se estava a passar e passou, VOTOU NELES...

Aí estão os resultados.

Mais palavras para quê?

(Mas vão aparecer mais surpresas)

João das Cinzas

Anónimo disse...

mais exemplos das atitudes desgovernativas e inconscientes a que esta autarquia esteve sujeita durante 12 anos?

até parece que nos últimos 4 anos não existiram atitudes desgovernativas e inconscientes, só duplicaram a divida do Município, coisa pouca e a ver estes senhores salvadores também já tiveram algumas, poucas é certo, também pouco ou quase nada fazem, é por isso normal.

Anónimo disse...

Atitudes desgovernativas e inconscientes é o que esta autarquia continua sujeita pelo que se vê.

E ainda nem um ano de mandato tem e a coisa promete, vamos ver o balanço ao fim dos 4 anos.

Pelo o andar da carruagem vai ser bom o tombo, igual aos outros ou pior pois a vontade pode ser grande mas a incompetência é bem maior, já toda agente viu e comenta pelos vistos como diz o ditado, o dito é sempre o ultimo a saber ou finge que não vê.

Não lhes queria estar na pele, quem te manda ti sapateiro querer tocar rabecão...

Anónimo disse...

Isto está engraçado está...
A CDU queixa-se dos 12 anos atrás de desgovernação!!!
O Muda do João Grilo queixa-se dos 8 anos atrás de desgovernação!!!
O João Nabais queixa-se dos 27 anos atrás de desgovernação comunista!!!

Isto afinal é uma roda...

A CDU fez parte do executivo liderado pelo Muda. Tem responsabilidade nesses 4 anos. Ou está isenta de culpas???
Porquê agora atacar o MUDA?

O João Grilo fez parte do executivo liderado pelo João Nabais. Tem responsabilidade nesses 4 anos. Ou está isento de culpas?
Porquê tantos ataques ao João Nabais?

Por sua vez, o João Nabais não fez parte dos executivos comunistas mas quase os "dizimou"...

Afinal é tudo "farinha do mesmo saco"

Juntem se todos e façam avançar o concelho...

(AGN)

Anónimo disse...

Não há de facto diferença nenhuma, o Alandroal está como está por culpa dos Comunistas, dos Socialistas e dos independentes Muda.Todos de alguma forma pactuaram uns com os outros e estiveram ligados em decisões ruinosas.São todos responsáveis, essa da culpa foi do outro já não pega, e ser só um a estar em tribunal pelos abusos e má gestão não é correcto pois há mais responsáveis e o povo sabe bem quem são.
Todos incompetentes fracos políticos e governantes, todos juntos não fazem um.

Anónimo disse...

Alto lá!!!

Um edil está "arrolado",

Tudo igual?

Olha-me o "cantar" deste(a).
Pensará que nos distrai?

Dura Lex Sed Lex

Anónimo disse...

Ó sr.(a) ANG?

Conhece "as famigeradas e prepotentes" competências que foram legalmente atribuídas aos presidentes de câmara?

Sabe quem favorávelmente as votou na A. República?

Aí estão os resultados.

É que mesmo com votos contra dos vereadores da oposição (leia-se CDU ), o presidente decidiu como lhe apeteceu.

Manifesta ignorância.

Deportado

Anónimo disse...

Não queiram deitar as culpas para cima de quem as não tem. O desastre financeiro ocorreu entre os anos de 2002 a 2013. Sacudir a água do capote é muito fácil e dá jeito.

Anónimo disse...

Já com o Grilo o voto da CDU é que mandou sempre, como vimos no malogrado PAEL...então do que se queixam?

Anónimo disse...

SÃO MESTRES A SACUDIR A ÁGUA DO CAPOTE JÁ EM FAZEREM OBRA E RESOLVER OS PROBLEMAS SÃO UMA VERDADEIRA CALIQUEIRA.
E ACHAM QUE AINDA ESTÃO NA ALTURA DO PRÉ E QUE AINDA SE FAZ POLÍTICA DA MESMA MANEIRA.
AS VOSSAS TRETAS JÁ NÃO ENGANAM NINGUÉM, GANHARAM POR AQUI AS ELEIÇÕES PORQUE VOS CAIU O MENINO NOS BRAÇOS E LÁ TEVE QUE SER E POR ISSO ESTAMOS COM UM EXECUTIVO QUE NÃO SABE O QUE ANDA A FAZER A NÃO SER APANHAR BONÉS.COM GENTE DESTA COMPETÊNCIA COMO CABEÇAS DE LISTA COMO É QUE A CDU OU OUTRA QUALQUER FORÇA POLITICA PODE GANHAR ELEIÇÕES A NÃO SER POR MILAGRES TIPO ALANDROAL.

Anónimo disse...

É que mesmo com votos contra dos vereadores da oposição (leia-se CDU ), o presidente decidiu como lhe apeteceu.

Manifesta ignorância.

NÃO SABIA QUE NO ULTIMO MANDATO DO MUDA E DO PRESIDENTE GRILO, QUE SEGUNDO DADOS DESTE EXECUTIVO CDU OS MESMOS DUPLICARAM A DIVIDA DO CONCELHO, OS VEREADORES DA CDU , COSTA E DANIEL PADILHA QUE DELE FIZERAM PARTE ERAM DA OPOSIÇÃO, ANDAMOS TODOS ENGANADOS POIS JULGÁVAMOS QUE TAMBÉM PERTENCIAM AO DITO EXECUTIVO MUDA POIS ERAM VEREADORES NO ACTIVO E A TEMPO INTEIRO, E COMO TAL TIVERAM QUE VOTAR NO QUE O PRESIDENTE QUERIA E RESPONSÁVEIS POR DUPLICARAM A DIVIDA, OU AFINAL JÁ NÃO É BEM ASSIM, É SÓ QUANDO DÁ JEITO.

DE FACTO TEM RAZÃO, MANIFESTA IGNORÂNCIA A NOSSA E GRANDE ESPERTEZA A SUA, SÓ QUE SALOIA.